quarta-feira, 17 de agosto de 2011

SEM PARAR


Joanna de Ângelis


Agora que assumiste compromissos no movimento espírita, que te comove e abrasa, percebes. Registras, com a alma dorida, que os companheiros de ideal — salvas expressivas exceções — ainda se encontram em dubiedade, face à decisão de transporem a aduana da luz.

Conquanto se digam espíritas, longe se encontram de manter as enobrecedoras atitudes do verdadeiro crente, aquele que, impregnado pela fé, pauta a conduta nas linhas da convicção esposada.

Antes supunhas que nos arraiais espiritistas a paz houvera feito morada... Pareciam-te resignados e felizes, lutadores intrépidos os novos discípulos do Evangelho. No entanto, observas como estão transidos de amargura, quando não rebelados, ante a dor, e interrogas: que fazem da fé clara e pura? Por que ferem, quando conhecem de perto as realidades das leis de “causa e efeito”? Como se deixam conduzir pelos obsessores!...

Sem dúvida, porque em se, assenhoreando da fé, a fé sublimada deles não se assenhoreou.

Ficaram apenas mimetizados mas não penetrados. Apressados, não mergulharam realmente o espírito nas lides do conhecimento da Doutrina libertadora.

Alguns se fazem notados, mas não conseguiram as íntimas e reais transformações para melhor. Projetaram-se, sem se renovarem. E derrapam com facilidade nos mesmos equívocos, quando contrariados, sofridos ou simplesmente não considerados quanto se supõem merecedores...

São homens e preferem continuar a sê-lo, quando se poderiam tornar cristãos...

O Espiritismo é a doutrina do amor por excelência e tem a caridade por meio e meta. Eles sabem disto, mas apenas sabem. Não vivem a vida que dizem saber e crer, por estarem acostumados a outra conduta. Mudaram de conceito religioso mas não de comportamento moral.

Não os estranhes, nem os censures para que não incidas nos erros deles. Sensibilizado pelas lições imortalistas que estudas, vive-as cordialmente, sejam quais forem as circunstâncias.

* * *

Repetidamente falarão os Desencarnados sobre e contra os obsessores que perseguem e dificultam a obra do bem, detidos na Erraticidade inferior. E os há em número incontável.

Outros tantos, porém, estão em regime carnal, no domicilio orgânico. Atenazam, perseguem, cruciam, afligem não porque estejam sob obsessões, mas porque são obsessores reencarnados. Procedem de baixos círculos vibratórios e a diferença existente é a da matéria que os envolve na Terra. Certamente se fazem instrumentos dos outros — os desencarnados — por um fenômeno natural de afinidade, o que os tornam ainda mais violentos.

Diante disso, não acuses os Espíritos de mente atribulada que estagiam no Mundo Espiritual, tendo em vista aqueles que, ao teu lado, no corpo, continuam acumpliciados com os antigos sequazes, em regime de conúbio espontâneo.

Estes, os da caminhada carnal, atingir-te-ão mais vezes, por estarem  domiciliados nas mesmas faixas vibratórias em que te demoras.

Acautela-te, orando e trabalhando incessantemente - Não serás poupado, pois que o êxito da tua produção fraterna na Vinha do Senhor incomoda-os, irrita-os, e, na falta de argumentos justos, usarão estranhas armadilhas e conceitos infelizes para se realizarem ante a chuva de amargura e fel que desabe sobre a tua cabeça. Não obstante, prossegue, sereno e confiante.

* * *

Não apenas os sacerdotes e políticos em Israel, a soldadesca e os bandoleiros crucificados ao Seu lado, zombaram, sarcasticamente, de Jesus.

Não somente os estranhos conspiraram antes para colocarem-No perdido.

Foram os amigos invigilantes, os comensais do Seu amor, aqueles que O conheciam e sabiam, que o entregaram, para logo após fugirem.

Diante dessa comovedora realidade, refugia-te nEle  e compreende, integrando-te no Evangelho Restaurado, a necessidade de viver pelo exemplo o Espiritismo que o descerra para ti e não olhes para trás, não reclames, não te defendas quando acusado, nem te justifiques — ama, e serve sem parar.

*

“Todavia, quem perseverar até o fim, esse será salvo”.
Mateus: capítulo 24º, versículo 13.

*

“A encarnação, aliás, precisa ter um fim útil”.
Capítulo 4º — Item 26, parágrafo 3.

Psicografia de Divaldo Franco – Do livro Florações Evangélicas


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