Joanna de Ângelis
Ante os desafios hodiernos, é inevitável
a indagação a respeito da melhor conduta a adotar, a fim de seguir os
ensinamentos de Jesus Cristo.
No passado já recuado, os
cristãos primitivos acreditavam que, fugindo do mundo e das suas tentações, melhor sintonizavam com o
pensamento do Mestre, não obstante as suas existências se tornassem inúteis ao
ministério de divulgação da Palavra e do socorro ao próximo necessitado.
Posteriormente, à medida que se
foi organizando a Igreja, em franca proscrição das propostas de espontaneidade
e liberdade ensinadas pelo Messias, o recolhimento aos monastérios se fez natural,
como eficaz maneira de combater o mundo e suas perturbações.
Esqueceram-se, aqueles que
abandonavam a convivência social, que o Rabi fez-se notável Comunicador em
razão da Sua convivência com as massas, especialmente aquelas constituídas pelos
pecadores e de má conduta, as quais Ele conseguia modificar através do
magnetismo que irradiava e da profundidade dos conceitos que enunciava.
Com Francisco de Assis, surgiu um
novo movimento de renúncia ao século e
de serviço a Deus através do mundo e das suas criaturas. Seguindo-lhe as
pegadas, Teresa D’Ávila, João da Cruz, Pedro d’Alcântara e outros dedicaram-se
ao ministério da abnegação, superando as injunções de cada época a serviço do
Mestre.
Na Rússia, avassalada pela impiedade
e dominada pela violência de Ivan, o Terrível, surgiram os loucos de Deus, numa
entrega exaltada à fé religiosa.
O Movimento teve início com
Basílio, o Bem-Aventurado, que se afastou do czar Ivan, denunciando-lhe os
crimes, quando o mesmo atirou-se na volúpia das conquistas desumanas, assinaladas
por crueldade invulgar. Logo a seguir, surgiu Nicolau, que enfrentou o czar em
plena praça pública, por ocasião de uma das suas conquistas e exprobrou-lhe o
caráter, gritando-lhe: - Come o pão e o sal ao invés de beberes o sangue
humano. O filho de Ivan, herdeiro do trono, Fédor, que o sucedeu, tornou-se,
também, louco de Deus, mas o cetro da governança ficou nas mãos d o seu cunhado
Bóris Godunov.
Eles tiveram a coragem de
despojar-se de tudo para seguir o Mestre e viver conforme Aquele a quem amavam.
Na atualidade, a proposta para
seguir Jesus está alicerçada no conhecimento lúcido de Sua mensagem, de forma
que a conduta seja profundamente afetada, ensejando a própria entrega sem fugir
dos deveres e compromissos mundanos, nem se atirar aos interesses nefastos das
ambições terrestres como também, em vitalizar o pensamento cristão com a fé
raciocinada que faculta atender aos falidos morais e físicos da humanidade.
É dever sair-se das paredes
estreitas do círculo religioso ou do gabinete da pesquisa para a ação
incessante em favor de todos os homens e mulheres do mundo, recurso único à
disposição para demonstrar a excelência dos conteúdos da fé e a vitalidade que possuem
quando colocados a serviço da humanidade.
Os seguidores de Jesus, nos dias
modernos, não têm outra alternativa, senão aquela de construir o bem em toda a
parte, vivendo conforme os princípios ético-morais do dever, da fraternidade, da tolerância, da
compaixão, do perdão, da caridade...
Variando de épocas e de
circunstâncias, os problemas e lutas continuam os mesmos, gerando conflitos no
sincero discípulo de Jesus. As conquistas nobres da ciência e da tecnologia, que
alteraram a face do planeta e os valores terrestres, contribuíram para mais amplas
facilidades e, por consequência, mais numerosos desafios. Simultaneamente,
facultaram melhor divulgação dos postulados enobrecedores do ser humano,
especialmente os conceitos elaborados e vividos por Jesus, o que estimula ao
prosseguimento dos objetivos iluminativos.
O candidato, portanto, que
pretende seguir o Mestre, vivendo-Lhe os ensinamentos e imitando-Lhe a conduta,
deve permanecer vinculado aos labores e compromissos sociais que promovem as demais
criaturas, mantendo-se no reto proceder e aberto à contribuição da cultura
geral para equipar-se de recursos que podem enfrentar o materialismo e a
crueldade, alterando-lhes a vivência.
Sem qualquer comportamento
esdrúxulo, viver no mundo sem escravizar-se ao mesmo, é o novo desafio cristão.
Pensamentos
extraídos da mensagem Seguidores de Jesus,
recebida
em Berlim, Alemanha, por Divaldo Franco, em 19 de maio de 2001.
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