Tema da Semana:
"Responsabilidade" de 05 a 11 de Dezembro de 2011
Emmanuel
Reunião
pública de 15-5-59 Questão nº. 470
O Criador, que estabelece o bem de todos como lei
para todas as criaturas, não cria Espírito algum para o exercício do mal.
A criatura, porém, na Terra ou fora da Terra,
segundo o princípio de responsabilidade, ao transviar-se do bem, gera o mal por
fecundação passageira de ignorância que ela mesma, atendendo aos ditames da
consciência, extirpará do próprio caminho, em tantas existências de abençoada
reparação, quantas se fizerem indispensáveis.
Deus concede ao homem os agentes da nitroglicerina
e da areia e inspira-lhe a formação da dinamite, por substância explosiva capaz
de auxiliá-lo na construção de estradas e moradias, mas o artífice do
progresso, quase sempre, abusa do privilégio para arrasar ou ferir, adquirindo
dívidas clamorosas em sementeiras de ódio e destruição; empresta-lhe a morfina por
alcalóide beneficente, a fim de acalmar-lhe a dor, entretanto, enfermo
amparado, em muitas ocasiões escarnece do socorro divino, transformando-o em
corrosivo entorpecente das próprias forças, com que prejudica as funções de seu
corpo espiritual em largas faixas de tempo ; galardoa-o com o ferro, por
elemento químico flexível e tenaz, de modo a ajudá-lo na indústria e na arte,
todavia, o servo da experiência, em muitas circunstâncias, converte-o no
instrumento da morte, a desajustar-se em compromissos escusos, que lhe reclamam
agonia e suor, em séculos numerosos ; dá-lhe o ouro por metal nobre, suscetível
de enriquecer-lhe o trabalho e desenvolver-lhe a cultura, mas o mordomo da
posse nele talha, frequentemente, o grilhão de sovinice e miséria em que se amesquinha
a si mesmo ; e confere-lhe a onda radiofônica para os serviços da verdadeira
fraternidade entre os povos, mas o orientador do intercâmbio, por vezes, nela
transmite notas macabras, em que promove o aniquilamento de populações
indefesas, agravando-se em débitos aflitivos para o futuro.
É assim que o Supremo Senhor nos cede os dons
inefáveis da vida, como sejam as bênçãos do corpo e da alma e os tesouros do
amor e da inteligência.
Do uso feliz ou infeliz de semelhantes talentos,
resultam para nós vitória ou derrota, felicidade ou infortúnio, saúde ou
moléstia, harmonia ou desequilíbrio, avanço ou retardamento nos caminhos da
evolução.
Examina, pois, a ti mesmo e encontrarás a extensão
e a natureza de tua dívida, pela prova que te procura ou pela tentação que
padeces, porque o bem verte, puro, de Deus, enquanto que o mal é obra que nos
pertence – transitório fantasma de rebeldia e ilusão que criamos, ante as leis
do destino, por conta própria.
Do livro
Religião dos Espíritos. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
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