Tema da semana:
“A ingratidão dos filhos e os
laços de família”
de 02/04/2012 a 08/04/2012
Irmão Saulo
Para
transformar as almas só existe um poder miraculoso:o amor. Sem ele, caímos,
inevitavelmente, no cadinho do sofrimento, sob o fogo da dor. O amor é aquela
energia misteriosa que os alquimistas procuravam, capaz de produzir a panacéia
universal, remédio para todos os males, e revelar a pedra filosofal que
transformava as metais comuns em ouro. A um toque de amor, as almas rudes e violentas
se aprimoram e se abrandam. Por isso, ensina-nos Emmanuel que filhos e parentes
difíceis não são enviados a nós apenas como inimigos do passado, mas também
como criaturas queridas que perdemos nos descaminhos da vida. Nosso amor os
atrai para transformá-los. Nesses casos de alquimia espiritual, os pais são
sempre pacientes, abnegados, como os alquimistas medievais que se empenhavam em
longas destilações e fundições em busca de resultados impossíveis.
Em
geral, pensamos que os alquimistas nada produziram nas suas loucas tentativas.
Mas a verdade histórica é bem outra. Da velha alquimia nasceu a Química, toda
uma técnica de filtragem e mistura, de fusão de metais, com resultados
positivos para a evolução científica do planeta. Assim, também na alquimia do
amor, através das metamorfoses da reencarnação, os sacrifícios não são inúteis,
os sofrimentos trazem os seus frutos. A mãe, que tudo perdoa e tudo esquece,
acaba tocando o coração do filho e nele acende a chispa renovadora do amor. O
pai, que suporta a rebeldia do filho em nome do amor paterno,dá-lhe a lição
viva do exemplo que o libertará do passado negativo. Ai de nós se não fosse o
amor, esse toque do espírito que, como a vara de Moisés, faz nascer da pedra a
água para os sedentos!
Deus
criou o mundo por amor, num ato de amor fez surgir o caos do nada e o cosmos do
caos. Essas alegorias aturdem os espíritos positivos, mas quando encaramos a
vida em suas transformações, vemos que a metamorfose é uma lei universal. Por
toda parte, as coisas e os seres se transformam. Os educadores antigos usavam
os castigos físicos para os alunos rebeldes, mas os pedagogos modernos
verificaram que a verdadeira disciplina é a que nasce do coração do educando
tocado pelo coração do mestre. Descartes descobriu que a idéia de Deus é inata
no homem; Rousseau revelou a bondade natural da criatura humana e desde
Pestalozzi sabemos que a educação é um ato de amor. Mas esse ato de amor não se
realiza apenas na escola, começa no lar e prossegue pela vida afora. Os
pregoeiros do ódio e da violência ainda infestam a nossa cultura, mas os
conflitos e as fogueiras que acenderam se vão apagando ante a compreensão de
que o amor é a única força capaz de modificar o mundo. Por isso, Jesus ensinou
que devemos arcar os nossos inimigos e perdoar sempre. Filhos e parentes
difíceis são pedintes de amor que o nosso amor atraiu para as nossas vidas. Não
são provações, são apenas provas.
Do livro "Astronautas do
Além".
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
e J.Herculano Pires.
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