Tema da semana
“A
infelicidade real”
de 23/04/2012 a 29/04/2012
Joanna de Ângelis
Toda vez que uma desgraça
se abate sobre um homem,
a verdadeira
desgraça para ele é não saber receber devidamente o
infortúnio que lhe chega.
Desgraça, realmente, é o mal, o prejuízo, o dano que se pode praticar
contra alguém e não o que se recebe ou se sofre.
O que muitas
vezes tem aparência
de desgraça — e isto quase sempre — é resgate intransferível e valioso que assoma à alfândega do devedor, cobrando-lhe os débitos livremente
assumidos e aceitos. Das mais duras
provações
sempre resultam
benefícios
valiosos para o espírito imortal. Há que considerar cada um a própria posição que mantém na vida terrena
para avaliar com acerto os acontecimentos que o visitam.
Quando somente se experimentam as emoções físicas e conceituamos os valores imediatos,
desgraças,
em
realidade, para tais, são os pequenos caprichos não
atendidos, as veleidades
vaidosas não
respeitadas, as ambições
ridículas não satisfeitas que assumem papel preponderante
e se
transformam em infelicidades legítimas, porquanto,
ignorando
propositalmente as realidades
superiores, esses descuidados se apegam às menores coisas e aos recursos
de nenhuma monta, derrapando para a irritabilidade, as paixões, a loucura, o
suicídio: desgraças que levam o espírito às províncias de amarguras
inomináveis, a
vencerem tempo sem limite em etapas de dor sem nome...
* * *
As
desgraças que foram convencionadas como: perda de saúde, prejuízos financeiros,
ausência de pessoas amadas, desemprego, acidentes, abandono por parte de queridos afetos, se constituem áspero testemunho que chega ao ser em jornada redentora, se transformam também em portal que transposto estoicamente
descerra a dádiva da felicidade
permanente e enseja paz sem refrega de luta em atmosfera de harmonia interior.
Quando o infortúnio não
resulta de imediato desatino ou leviandade,
é bênção da Vida à vida, facultando vitória próxima.
Nesse particular
os Espíritos Superiores levam em alta consideração
os sofrimentos humanos, as desgraças
que abatem homens, famílias, povos e, pressurosos, em
nome da Misericórdia Divina, acorrem a ajudar e socorrer
esses padecentes, dando-lhes forças e coragem para permanecerem
firmes e confiantes,
buscando diminuir neles a intensidade da dor, e, noutras circunstâncias, tendo em vista os novos méritos que resultam das conquistas
individuais ou coletivas, desviando-as, atenuando-as, impedindo mesmo que se
realize, pela constrição do sofrimento, a depuração espiritual, o que faculta
meios
de crescimento
pelo amor em bênçãos edificantes capazes de anular o saldo
devedor constritivo
e perseverante, porque se a Justiça Divina é rigorosa e imutável, a Divina Misericórdia se consubstancia no amor, tendo-se em vista
que
Deus, nosso Pai Excelso,
“é amor”.
*
“Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados”.
Mateus: capítulo 5º, versículo 4.
*
“De duas espécies são as vicissitudes da vida, ou se o preferirem, promanam de duas fontes bem diferentes,
que importa distinguir.
Umas
têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida”.
Capítulo 5º — Item 4.
Psicografia
de Divaldo Franco do livro Florações Evangélicas
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