Tema da semana
“A
infelicidade real”
de 23/04/2012 a 29/04/2012
Emmanuel
L - Questão 921
O conceito espírita da felicidade nem sempre
enxerga os felizes onde o mundo os coloca.
Há pessoas que requisitam conforto demasiado, na
preocupação de serem felizes, e acabam infelizes, estiradas no tédio.
Criaturas aparecem, pleiteando destaque e, em se
crendo ditosas por obtê-lo, confessam-se infortunadas depois, quando se
reconhecem inabilitadas para os encargos que receberam.
Há felizes nas mesas lautas, comprando enfermidades
com os excessos a que se afeiçoam e infelizes, na carência material,
entesourando valores imperecíveis, no proveito das lições que o mundo lhes
reservou.
Em toda parte, surpreendemos os felizes de saúde,
que abusam da robustez, caindo na desencarnação prematura, e os infelizes de doença,
que senhoreiam longa vida pelo respeito que dedicam ao corpo.
Em todos os lugares, os contrastes aparentemente
chocantes... Situações risonhas, muitas vezes, geram suplícios porvindouros,
por não saber quem as possui, empregar criteriosamente a felicidade que lhes
foi emprestada. Aqui e além, surgem, sem conta, os felizes-infelizes nos
enganos a que se arrojam e os infelizes-felizes, nas provações em que se
elevam.
Sócrates, considerado infeliz, é o pai da
filosofia.
Anytos, imaginado feliz, ainda hoje, no conceito do
mundo, é o carrasco.
Jesus, suposto infeliz, é o renovador do mundo.
Barrabás, julgado feliz, até agora, na memória dos
homens, é o malfeitor.
°°°
Apliquemos o entendimento espírita aos
acontecimentos cotidianos e verificaremos que os felizes e os infelizes não
estão qualificados pela abastança ou pela indigência que entremostrem nos
quadros exteriores. São e serão sempre aqueles que, em qualquer circunstância,
edificam a felicidade para os outros, de vez que as leis da vida determinam seja
a criatura medida pelas outras criaturas, especificando que a felicidade ou a
infelicidade articuladas por alguém, nos caminhos alheios, se voltem,
matematicamente, para quem os formou.
(De “Opinião Espírita”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira,
pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz)
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