terça-feira, 3 de abril de 2012

INGRATIDÃO


Tema da semana:
 “A ingratidão dos filhos e os laços de família”
de 02/04/2012 a 08/04/2012

Joanna de Ângelis


            Dentre os muitos inimigos morais do homem, a ingratidão assoma, relevante, na condição de filha dileta do egoísmo, que se nutre com as vérminas do orgulho. 
            A ingratidão estabelece síndromes de distúrbios comportamentais, que
degeneram, a curto ou longo prazo, em problemas de alienação mental. 
            Nos dias hodiernos, a ingratidão toma corpo com muita facilidade, tornando-se elemento normal nas relações sociais, em lamentável agressão aos postulados éticos, quando não se tenha em conta a moral evangélica. 
            Filhos ingratos e genitores desleixados dos seus deveres, irmãos insensatos
e cônjuges levianos, amigos desassisados pululam nas avenidas do mundo moderno, envergando roupagens de alto custo ou andrajos de miséria, igualados na mesma indigência espiritual. 
            Abençoa a mão que um dia se distendeu, generosa, no teu rumo, socorrendo-te e amparando-te. 
            Mesmo que ela, por acaso, se haja convertido em instrumento que te oferta o fel da amargura, recorda-te de quando te abençoou com a dádiva sem preço da misericórdia e da compreensão em que te apoiaste. 
            Da mesma forma que não é meritório fazer o bem e aguardar retribuição, não é justificável que se mutile a generosidade com as lâminas da ingratidão, em quem espalhou benefício.  
            Há pessoas que se acreditam somente credoras de receber ajuda, supondo-se privilegiados ante a vida, empanturradas de empáfia, fingindo ignorar a própria fragilidade. 
            Sorriem ante os que lhes estimulam as paixões dissolventes, demorando-se como belas flores de estufa, de vida breve, a nutrir-se do clima em que se consumirão. 
            São gentis, enquanto se locupletam, no entanto, afastam-se amargas e maledicentes da presença generosa de quem lhes foi devotado... 
            Censuram o benfeitor mediante alegações mesquinhas, justificando, com acusações, a própria enfermidade. 
            Aqueles por quem ora se entusiasmam, serão abandonados amanhã, com o mesmo ardor, logo não lhes possam ser úteis ou atendê-las nas suas exigências. 
            Não as censures, nem lhes concedas as tuas preocupações aumentando as dores que te ferem a alma. 
            Ora por elas, envolvendo-as de ternura.
Elas estão equivocadas e despertarão um dia. 
            Prossegue ajudando quem te cruze o caminho, sem a preocupação de reter
ninguém no teu círculo de afetividade. 
            O cristão autêntico não se faz compreender,  ainda hoje, porém compreende sempre. 
            Seus pés sangram continuamente, porque a vida que escolheu é lição de progresso e libertação. 
            Mantém, na mente e no coração, o sentimento de gratidão por quem te auxilie. Desde que é dever socorrer e perdoar o inimigo, é muito mais justo permanecer fiel ao benfeitor e ao amigo. 
            Ninguém consegue o topo da subida, sem o primeiro passo, tanto quanto jamais alguém penetrará no insondável das realidades divinas sem a bênção do conhecimento haurido através da singeleza do alfabeto.
            Por melhor que ora te encontres, por maiores que sejam os sinais do teu
aparente progresso material, ignoras o amanhã... 
            E mesmo que sigas em contínua ascensão econômica e social, o crescimento moral tem regime de urgência e em todos estes campos não poderás negar a gratidão a quem,  na tua hora de aspereza, concedeu-te o primeiro impulso, ofereceu-te  mão generosa para que continuasses. 
            Não apenas os adversários, os invejosos e os políticos-religiosos infelizes fizeram-se os crucificadores  de Jesus. 
            Foram, também, os amigos ingratos, os beneficiários reticentes, os companheiros moralmente dúbios...  
            Judas, que aparentava amá-lO, deixou-se enredar nos problemas que o perturbavam e, ingrato, O entregou...  
            Pedro, que Lhe era devotado, porém invigilante, tombando nas malhas de
cruéis perturbações espirituais obsessivas O negou... 
            ...E outros tantos que desapareceram, não Lhe ofertando amor ou fidelidade,
carinho ou gratidão. 
            Muitos haviam sido aqueles a quem Ele ajudou; iluminou-os com a verdade e libertou-os dos males de vária procedência que os afligiam. 
            Sê grato, sempre, em qualquer circunstância, principalmente quando o teu companheiro gentil, se te apresente turbado ou triste, enfermo ou solitário, porquanto nesta fase é que ele necessita de amizade e não nos momentos em que pode doar, oferecer-se e amparar. 
            A gratidão, nascida da seiva do amor, é estrela que assinala cada alma na
marcha da evolução, deixando sinais luminosos pelo caminho.


Psicografia de Divaldo Franco do Livro: Otimismo

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