Mensagem
especial da semana
Momento Espírita
Certa
vez, perguntaram a um filósofo se Deus perdoa. Após refletir um tanto, ele
respondeu com outro questionamento: Para perdoar é necessário sentir-se
ofendido?
De pronto
o interlocutor respondeu: Sim. Se não há ofensa, como haveria perdão?
O
filósofo então, calmamente respondeu: Logo, Deus não perdoa!
Embora a
resposta nos pareça estranha, traz em si reflexões de grande monta.
A
primeira delas é a de que muito melhor que perdoar, é não se sentir ofendido. E
para isso, é necessário que a indulgência esteja em nossa mente, que a
benevolência esteja em nossas ações.
Porém,
quem já não se sentiu ofendido? Ainda trazemos muitas dificuldades na alma. O
orgulho, a vaidade, a pretensão, todos reunidos na alma, nos fazem criaturas
com grande dificuldade em não se ofender.
Às vezes,
o ofensor nem percebe que nos magoou, quando acontece de não conseguir avaliar
as nossas limitações emocionais. Outras tantas, percebe, tenta remediar, mas o
mal já está feito... A ofensa já nos atingiu.
Assim, se
ainda nos ofendemos, devemos aprender a perdoar. Porque será o perdão que
conseguirá tirar a nódoa da ofensa dos tecidos de nossa alma.
Se a
ofensa nos pesa no coração, atormenta a alma e perturba a mente, o perdão nos
fará leves novamente, tranquilizando a alma e sossegando a mente.
Dessa
forma, todo esforço para perdoar deve ser levado em conta, sem economia de
nossas capacidades emocionais e racionais.
É claro
que o perdão não se instaura imediatamente, e ainda, quanto mais magoados e
ofendidos, maior a intensidade das dores. Talvez, mais esforço nos seja
demandado.
Assim, comecemos o exercício do perdão assumindo
que a raiva, a mágoa, a ofensa existem em nosso coração. Enquanto fingirmos
que perdoamos, apenas pelos lábios, sem passar pelo coração, nada acontecerá.
Em
seguida, busquemos compreender a atitude
do outro, daquele que nos ofendeu. Talvez tenha sido um mau dia para ele. Ou esteja passando por uma fase difícil. Ou ainda, talvez ele mesmo seja uma pessoa com
grandes feridas na alma. Por isso, mostra-se tão agressivo.
Após
compreender, exercitemos pequenos passos
de aproximação. Primeiramente,
suportemo-lo, enfrentando os sentimentos ruins que poderão brotar em nossa
alma, nesse primeiro instante. Mas, persistamos
na convivência, por alguns instantes que seja.
Em
seguida, demos espaço para a tolerância,
ensaiando os primeiros passos do relacionamento, mesmo que distante e ainda um
tanto frio.
Em
seguida, estreitemos um pouco mais o
relacionamento, através da cordialidade e do coleguismo.
Não
tardará para que sejamos capazes de retomar a fraternidade e administrar o
ocorrido, em nossa intimidade.
Afinal, o
perdão exige o esquecimento. Porém, não esqueceremos o fato, aquilo que
nos causou a mágoa, já que isso se mostra quase impossível.
O esquecimento que o perdão provoca é o da mágoa,
da ofensa. Quando pudermos olhar nos olhos daquele que nos magoou, com
tranquilidade e paz no coração, aí estará implantado em nossa alma, o perdão.
Redação do Momento Espírita
Em 05.05.2011.
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