Tema da semana
“Educação dos Sentimentos”
de 18/06/2012 a 24/06/2012
Joanna de Ângelis
Esmagadora maioria das
criaturas padece a rigorosa constrição do medo. Adversário dos
mais cruéis, o medo é responsável por tragédias inomináveis que
varrem a Terra em todas as direções, gerando clima nefando de
atrocidades de classificação muito complexa.
Sob o comando do medo,
homens e mulheres se atiram a dissipações venenosas, entregando-se
a paulatino aniquilamento, do qual dificilmente se libertam.
Jovens em todos os
hemisférios do planeta sofrem na atualidade os miasmas do medo, que
os intoxicam, enlouquecendo-os de surpresa.
Não obstante as
superiores conquistas do pensamento, as largas expressões da
comunicação os debates francos e livres, as liberdades dos
costumes, as realizações tecnológicas preciosas para o contexto
humano, nos dias modernos, falecem os ideais do enobrecimento e as
linhas da sóbria razão, graças às tenazes do medo dominante em
todos os campos da ação.
A fuga espetacular dos
deveres e os desregramentos sexuais são portas falsas pelas quais
enveredam as hodiernas comunidades subitamente transformadas em
manicômios de largas proporções, permitindo-se os jovens, em razão
disso, encontros periódicos e maciços para se sentirem uns aos
outros e, ao impacto da música selvagem como dos entorpecentes,
esquecer, sonhar, embalar aspirações para eles irrealizáveis na
sociedade chamada de consumo...
O medo
de enfrentar problemas e
solvê-los, como consequência do falso paternalismo do
passado, empurra as mentes novas a formas diversas de expressão,
muitas delas inspiradas por outras mentes desencarnadas que
intercambiam psiquicamente em clima obsidente de longo curso entre as
duas esferas: aquém e além da morte.
Alimentado ou esmagado
nos painéis da alma, raramente vencido nos combates face
a face de cada
dia, o medo se alonga e prossegue, mesmo quando o espírito
desencarna, permanecendo atado às reminiscências infelizes,
anestesiado pela hipnose do pavor.
Dizimando em largas
faixas da experiência humana, o medo não tem recebido o necessário
investimento do estudo psicológico na Terra, quanto às suas raízes,
que se encontram cravadas nos recessos íntimos do espírito, bem
como não tem merecido a justa apreciação para combatê-lo com os
hábeis recursos, específicos, capazes de o vencer e destruir.
* * *
O criminoso
inqualificável que mata com requintes de sadismo e o suicida
melancólico que investe, cobarde, contra a própria vida, sofrem a
psicose do medo.
O grupo anarquista que
consuma agressões revoltantes em nefastas maquinações da crueldade
e o pai de família insensível no lar, ocultam-se nos rebordos do
medo, buscando ignorar a enfermidade que os desequilibra.
Na quase totalidade dos
crimes que explodem, opressivos, encontram-se os rastros do medo
sempre presente.
As constrições morais
pungentes, econômicas apavorantes, sociais caóticas, educacionais
de solução difícil, das enfermidades de caráter irreversível, se
fazem fatores preponderantes para que grasse o medo, soberano. Em
tal particular, desempenharam relevante papel as normas religiosas
do passado que ensinavam
o “temor” em detrimento
do amor” a Deus, os
preconceitos exacerbados ante os quais a gravidade do erro era ser
este conhecido e não
apenas praticado, desde que
se demorasse ignorado,
contribuíram expressivamente para a atmosfera que hoje se espalha
célere e morbífica.
Contudo, as
informações espíritas responsáveis pela natural realidade do
além-túmulo, desvelando os falsos “mistérios” e elucidando os
enigmas ontológicos, são portadoras do antídoto ao medo, mediante
a confiança que ministra aos que se abeberam da sua água lustral,
penetrando de paz quantos se comprazam em meditar e agir com
segurança nas diretrizes de fácil aplicação.
O labor fraternal, o
culto doméstico do Evangelho, o pensamento de otimismo frequente e o
recolhimento da oração, a par do uso da água magnetizada e do
passe, produzem expressiva terapêutica valiosa e de imediatos
resultados para a aquisição da saúde e da renovação, combatendo
o medo.
* * *
Retornando da sepultura
vazia, disse Jesus aos discípulos amedrontados: “Sou eu, não
temais”.
Todo o Evangelho é lição
viva de sadia tranquilidade e elevado otimismo. Ora reeditado através
do Espiritismo, é o mais eficaz processo psicológico atuante, capaz
de edificar nos corações e nos espíritos conturbados do presente a
consubstanciação das promessas de Jesus:
“Eu vos dou a minha
paz.
“Eu ficarei convosco
por todo o sempre.
“Vinde
a mim os cansados e oprimidos.
“Tende bom ânimo: eu
venci o mundo!”
Reflitamos, e, sem
receio, avancemos construindo com o amor a fim de que o amor
nos responda à sementeira de esperança, com a floração da paz e
da alegria a benefício de todos.
*
“Não temais: ide
avisar a meus irmãos que se dirijam à Galileia e lá me hão de
ver”.
Mateus: capítulo 28º,
versículo 10.
*
“A calma e a
resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da
confiança no futuro dão ao espírito uma serenidade, que é o
melhor preservativo contra a loucura e o suicídio”.
Capítulo 5º — Item
14.
Psicografia de Divaldo
Franco do livro Florações Evangélicas
Nenhum comentário:
Postar um comentário
(-: , Olá, seja bem vindo, se o seu comentário for legal, e não trouxer conteúdo agressivo, ele será postado.