Tema da semana
“A Beneficência”
de 02/07/2012 a
08/07/2012
Allan kardec
A beneficência
11. A beneficência, meus amigos,
dar-vos-á nesse mundo os mais puros e suaves deleites, as alegrias
do coração, que nem o remorso, nem a indiferença perturbam. Oh!
pudésseis compreender tudo o que de grande e de agradável encerra a
generosidade das almas belas, sentimento que faz olhe a
criatura as outras como olha a si mesma, e se dispa, jubilosa, para
vestir o seu irmão! Pudésseis, meus amigos, ter por única ocupação
tornar felizes os outros! Quais as festas mundanas que podereis
comparar às que celebrais quando, como representantes da Divindade,
levais a alegria a essas famílias que da vida apenas conhecem as
vicissitudes e as amarguras, quando vedes nelas os semblantes
macerados refulgirem subitamente de esperança, porque, faltos de
pão, os desgraçados ouviam seus filhinhos, ignorantes de que viver
é sofrer, gritando repetidamente, a chorar, estas palavras, que,
como agudo punhal, se lhes enterravam nos corações maternos: "Estou
com fome!..." Oh! compreendei quão deliciosas são as
impressões que recebe aquele que vê renascer a alegria onde, um
momento antes, só havia desespero! Compreendei as obrigações que
tendes para com os vossos irmãos! Ide, ide ao encontro do
infortúnio; ide em socorro, sobretudo, das misérias ocultas, por
serem as mais dolorosas! Ide, meus bem-amados, e tende em mente estas
palavras do Salvador: "Quando vestirdes a um destes
pequeninos, lembrai-vos de que é a mim que o fazeis!"
Caridade! sublime palavra que
sintetiza todas as virtudes, és tu que hás de conduzir os povos à
felicidade. Praticando-te, criarão eles para si infinitos gozos no
futuro e, enquanto se acharem exilados na Terra, tu lhes serás a
consolação, o prelibar das alegrias de que fruirão mais tarde,
quando se encontrarem reunidos no seio do Deus de amor. Foste tu,
virtude divina, que me proporcionaste os únicos momentos de
satisfação de que gozei na Terra. Que os meus irmãos encarnados
creiam na palavra do amigo que lhes fala, dizendo-lhes: É na
caridade que deveis procurar a paz do coração, o contentamento da
alma, o remédio para as aflições da vida.
Oh! quando estiverdes a ponto de acusar a Deus, lançai um olhar para
baixo de vós; vede que de misérias a aliviar, que de pobres
crianças sem família, que de velhos sem qualquer mão amiga que os
ampare e lhes feche os olhos quando a morte os reclame! Quanto bem a
fazer! Oh! não vos queixeis; ao contrário, agradecei a Deus e
prodigalizai a mancheias a vossa simpatia, o
vosso amor, o vosso dinheiro por todos os
que, deserdados dos bens desse mundo, enlanguescem na dor e no
insulamento! Colhereis nesse
mundo bem doces alegrias e, mais tarde... só Deus o sabe!... Adolfo,
bispo de Argel. (Bordéus, 1861.)
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