Tema da semana
“Convidar os pobres
e os estropiados”
de 09/07/2012 a 15/07/2012
Allan kardec
Convidar os pobres e
os estropiados. Dar sem esperar retribuição
7. Disse também àquele que o
convidara: Quando derdes um jantar ou uma ceia, não convideis nem os
vossos amigos, nem os vossos irmãos, nem os vossos parentes, nem os
vossos vizinhos que forem ricos, para que em seguida não vos
convidem a seu turno e assim retribuam o que de vós receberam. -
Quando derdes um festim, convidai para ele os pobres, os estropiados,
os coxos e os cegos. - E sereis ditosos por não terem eles meios de
vo-lo retribuir, pois isso será retribuído na ressurreição dos
justos.
Um dos que se achavam à mesa, ouvindo
essas palavras, disse-lhe: Feliz do que
comer do pão no reino de Deus! (S.
LUCAS, cap. XIV, vv. 12 a 15.)
8. "Quando derdes um
festim, disse Jesus, não convideis para ele os vossos amigos, mas os
pobres e os estropiados." Estas
palavras, absurdas, se tomadas ao pé da letra, são sublimes, se
lhes buscarmos o espírito. Não é
possível que Jesus haja pretendido que, em vez de seus amigos,
alguém reúna à sua mesa os mendigos da rua. Sua linguagem era
quase sempre figurada e, para os homens incapazes de apanhar os
delicados matizes do pensamento, precisava
servir-se de
imagens fortes,
que produzissem
o efeito
de um
colorido vivo.
O âmago do seu pensamento se revela nesta
proposição: "E sereis ditosos por não
terem eles meios de vo-lo retribuir."
Quer dizer que não se deve
fazer o bem tendo em vista uma retribuição, mas tão-só pelo
prazer de o praticar.
Usando de uma comparação vibrante, disse: Convidai para os vossos
festins os pobres, pois sabeis que eles nada vos podem retribuir. Por
festins deveis
entender, não os repastos propriamente ditos, mas
a participação na abundância de que desfrutais.
Todavia, aquela
advertência também pode ser aplicada em sentido mais literal.
Quantos não convidam para suas mesas apenas os que podem, como eles
dizem, fazer-lhes honra, ou, a seu turno, convidá-los! Outros, ao
contrário, encontram satisfação em receber os parentes e amigos
menos felizes. Ora, quem não os conta entre os seus? Dessa forma,
grande serviço, às vezes, se lhes presta, sem que o pareça.
Aqueles, sem irem recrutar os cegos e os estropiados, praticam a
máxima de Jesus, se o fazem por benevolência,
sem ostentação, e sabem dissimular o benefício, por meio de uma
sincera cordialidade.
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