Tema da semana
“Parábola do
Semeador”
de 16/07/2012 a 22/07/2012
Allan Kardec
Parábola do semeador
5. Naquele mesmo dia, tendo saído
de casa, Jesus sentou-se à borda do mar; - em torno dele logo
reuniu-se grande multidão de gente; pelo que entrou numa barca, onde
sentou-se, permanecendo na margem todo o povo. - Disse então muitas
coisas por parábolas, falando-lhes assim:
Aquele que semeia saiu a semear; -
e, semeando, uma parte da semente caiu ao longo do caminho e os
pássaros do céu vieram e a comeram. - Outra parte caiu em lugares
pedregosos onde não havia muita terra; as sementes logo brotaram,
porque carecia de profundidade a terra onde haviam caído. - Mas,
levantando-se, o sol as queimou e, como não tinham raízes, secaram.
- Outra parte caiu entre
espinheiros e estes, crescendo, as abafaram. Outra, finalmente, caiu
em terra boa e produziu frutos, dando algumas sementes cem por um,
outras sessenta e outras trinta. - Ouça quem tem ouvidos de ouvir.
(S. MATEUS, cap. XIII, vv. 1 a 9.)
Escutai, pois, vós outros a parábola
do semeador. - Quem quer que escuta a palavra do reino e não lhe dá
atenção, vem o espírito maligno e tira o que lhe fora semeado no
coração. Esse é o que recebeu a semente ao longo do caminho. -
Aquele que recebe a semente em meio das pedras é o que escuta a
palavra e que a recebe com alegria no primeiro momento. - Mas, não
tendo nele raízes, dura apenas algum tempo. Em sobrevindo reveses e
perseguições por causa da palavra, tira ele daí motivo de
escândalo e de queda. - Aquele que recebe a semente entre
espinheiros é o que ouve a palavra; mas, em quem, logo, os cuidados
deste século e a ilusão das riquezas abafam aquela palavra e a
tornam infrutífera. - Aquele, porém, que recebe a semente em boa
terra é o que escuta a palavra, que lhe presta atenção e em quem
ela produz frutos, dando cem ou sessenta, ou trinta por um. (S.
MATEUS, cap. XIII. vv. 18 a 23.)
6. A parábola do semeador exprime
perfeitamente os matizes existentes na maneira de serem utilizados os
ensinos do Evangelho. Quantas pessoas há, com efeito, para as quais
não passa ele de letra morta e que, como a semente caída sobre
pedregulhos, nenhum fruto dá!
Não menos justa aplicação encontra
ela nas diferentes categorias espíritas. Não se acham simbolizados
nela os que apenas atentam nos fenômenos materiais e nenhuma
consequência tiram deles, porque neles mais não veem do que fatos
curiosos? Os que apenas se preocupam com o lado brilhante das
comunicações dos Espíritos, pelas quais só se interessam quando
lhes satisfazem à imaginação, e que, depois de as terem ouvido, se
conservam tão frios e indiferentes quanto eram? Os que reconhecem
muito bons os conselhos e os admiram, mas para serem aplicados aos
outros e não a si próprios? Aqueles, finalmente, para os quais
essas instruções são como a semente que cai em terra boa e dá
frutos?
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