Tema da semana
“Parábola do mau
rico”
de 30/07/2012 a 05/08/2012
Augusto Cezar Netto
Amigo,
você nos solicita indicar o destino mais aconselhável para os seus
bens, depois de sua libertação do corpo físico.
Indaga
você:
"Se
devo facear a sobrevivência, diga, por obséquio, qual o melhor modo
de deixar os recursos que acumulei? Tenho algum dinheiro, ações em
companhias diversas, terrenos vagos, dois sítios caprichosamente
montados e alguns apartamentos para alugar. Será mais justo entregar
esse patrimônio a determinados amigos, através de testamentos e
recomendações especiais? Ou será mais razoável confiar meus bens
a instituições de beneficência?".
A
sua consulta nos falou ao coração e aqui estamos para a resposta
possível, que você não é obrigado a aceitar.
Usufruindo
a luz da prece, você mesmo obterá a inspiração dos benfeitores
espirituais que o assistem, a fim de adotar a melhor conduta.
Esquecer
o seu livre arbítrio, seria privá-lo da liberdade de escolha.
Entretanto,
permitimo-nos recordar um episódio, que se perde nos acontecimentos
históricos do segundo milênio que estamos terminando no mundo.
O
rei de Bizâncio, Manuel I, da dinastia dos Commenos, mantinha os
seus assessores e soldados numa guerra civil contra os persas, que se
defendiam ardorosamente.
Na
batalha última em que seus súditos encontraram pesada derrota, o
próprio rei foi atingido no peito por fina lâmina ajustada à ponta
de uma flecha. O sangue lhe jorrava do tórax, quando foi
cautelosamente retirado da alimária que o servia; mas deposto no
chão, eis que o soberano pressentiu a própria morte e encontrou
forças para falar em voz alta:
"Companheiros
e soldados amigos; temos vinte canastras na expedição,
transportando ouro e prata, jóias e pedras preciosas, em quantidade
suficiente para enriquecer-vos a todos. Retirai de minha armadura as
chaves capazes de abri-las e apossai-vos de toda a riqueza que vos
entrego por brinde de amizade e gratidão."
Num
momento, as chaves trabalharam movendo as complicadas fechaduras e
todo um montão de preciosidades surgiu aos olhos deslumbrados de
todos os circunstantes. O monarca estava agora inerte, chamado que
foi ao reino da morte e aqueles que o seguiam passaram a partilhar da
fortuna de que se reconheciam detentores. Os inimigos, porém, se
mantinham vigilantes e caíram sobre os vencidos e, em minutos
breves, os herdeiros do rei acordaram para a realidade, sendo muitos
deles degolados ou escravizados.
Nem
um só dos companheiros do rei escapou do massacre ou da escravidão,
enquanto que os adversários, além da vitória fácil, surrupiaram
todos os bens que se lhe revelavam à vista.
Rogo-lhe
atenção para este tópico da verdade histórica, para que observe
quão difícil se faz a previsão, com respeito a benefícios
marcados para depois da morte...
O
rei Manuel I, que viajava conduzindo grande tesouro, efetivamente fez
a doação de tudo quanto possuía, à frente da morte, com a
desvantagem de colocar os amigos sob a ira dos adversários que os
arrasaram e espoliaram à vontade, sobretudo para satisfazer os
apetites de ambição e pilhagem de que se sentiam acometidos.
Em
vista do exposto, se você deseja beneficiar pessoas ou instituições,
não deixe as sua providências para depois, quando as suas riquezas
entrarem no campo dos inventários, difíceis de serem deslindados.
Se
o prezado amigo já despertou para a grandeza do bem aos semelhantes
e quer fazer essa ou aquela doação, não deixe isso para amanhã.
Faça isso agora.
Do
livro “Fotos da vida”.
Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
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