Tema da semana
“O que é preciso
para ser salvo. Parábola do bom samaritano”
de 05/11/2012 a
11/11/2012
Augusto
Cezar Netto
E
andei pelo mundo, procurando a luz da paz.
Fui
à Grécia, admirando o Partenon e lugares outros em que pontificaram
sábios da antiguidade; dirigi-me a Roma, onde me acomodei nas
escadas do Coliseu, refletindo nos cristãos perseguidos;
Viajei
a Índia, onde partilhei as orações dos crentes que se banhavam nas
águas do Ganges, em Benarés;
Segui
para o Egito, maravilhando-me à frente das Pirâmides que
imortalizam a pompa dos faraós;
Transitei
pelas ruas de Meca e orei com os muçulmanos, entre as recordações
do iluminado profeta do Islã;
Busquei
Paris e conheci a Torre Eiffel, orgulho da França;
Visitei
o Palácio de Versalhes, moradia de reis e fidalgos ilustres;
encaminhei-me para Londres, encantando-me ali com a severa nobreza do
Castelo da Torre;
Na
Espanha, conheci o Escurial, nos arredores de Madri, cheguei a
Granada e entrei no castelo do rei Broabdil que encerrou, naquele
País, o domínio dos Árabes e voltei-me a Barcelona, onde admirei a
fortaleza de Monjnich;
Apreciei
a riqueza artística dos Jerôninos e usufrui as amenidades de
Sintra, em Portugal;
Fui
à Nova York onde expressei o meu respeito pela inteligência humana,
diante dos arranha-céus que lhe assinalam a grandeza;
Caminhei
através de todas as grandes cidades das Três Américas, mas não
encontrei a luz da paz.
Saudoso
do lar regressei a nossa casa em Vila Nova Conceição, em São
Paulo.
Era
noite e minha mãe lia o Evangelho. Abracei-a emocionado e li o texto
exposto. Era a parábola do Bom Samaritano.
As
palavras falavam em letras que me ficaram na memória:
-
“Então, um doutor da lei, perguntou abeirando-se do Divino
Mestre”:
-
Senhor, que deverei fazer para possuir a vida eterna?
O
Cristo sorriu e considerou:
-
O que está escrito na Lei, o que lês nela?
O
homem acentuou:
-
Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, com as tuas
forças de espírito e ao teu próximo como a ti mesmo.
Entretanto
o Doutor da lei ainda inquiriu pra o tentar:
-
Senhor, e quem é o meu próximo?
Jesus,
explicou, usando brandura e paciência:
-
Um homem que se dirigia de Jerusalém para Jericó saiu em poder dos
salteadores que o despojaram, cobriam-no de ferimentos, deixaram-no
semimorto.
Um
sacerdote, que passou perto da vitima, estugou o passo e seguiu para
frente, negando-lhe atenção.
Logo
após, um levita passou pelo mesmo lugar, mas não se interessou pelo
ferido, seguindo adiante.
Mas
um samaritano, que viajava, comoveu-se ao ver o homem caído, desceu
do animal e, aproximando-se do desconhecido, dirigiu-lhe palavras de
conforto, balsamizou-lhe as feridas e colocando-o sobre o animal,
levou-o à hospedaria onde lhe ofereceu abrigo e segurança.
Jesus
fez a pequena pausa e interrogou:
-
A seu ver, qual dos três era o próximo do infeliz?
O
doutor respondeu:
-
Aquele que usou de misericórdia para com ele.
Num
gesto simples, o Cristo lhe observou:
-
Então, vai e faze tu o mesmo.”
Chegados
ao término da leitura, um telefone tilintou.
Minha
mãe foi atender e compreendi para logo o que se passava.
Uma
senhora jazia em estado grave e a amiga que suscitara a chamada pelo
fio comunicou que o doente pedia o socorro de uma prece.
Minha
mãe não teve duvidas.
Chamando
o Papai Raul e dando-lhe ciência do problema, ambos, logo após,
tomaram o carro na direção indicada.
Segui
junto deles e pude ver a doente que se aproximava da agonia.
Minha
mãe e outras senhoras pediram a Misericórdia de Deus para a enferma
e, embora se afastassem, entendi que o meu dever era permanecer ali
na tarefa do auxilio.
Junto
de Benfeitores que ali se mantinham, trabalhei todo à noite no
aposento simples.
O
dia amanheceu com melhoras positivas para a doente e, conquanto me
sentisse cansado, reconheci que uma alegria diferente me nascia no
coração.
Chorando
de felicidade, reconhecia, por fim, que eu, que me decidira a
transitar pela terra, procurando o dom sublime, encontrara-o ali, no
gesto de minha mãe ao lado de meu pai Raul, compreendendo que o amor
ao próximo que Jesus nos legou, sentido e praticado devidamente, é
a única força que realmente nos concede a luz da paz por dentro do
coração.
Do
livro “Presença de Luz”.
Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
---
Caridade
Nos
amargurados tempos que correm,
nenhuma
obra existe mais digna de
cooperação
que a da caridade ativa,
irmã
de todos os infortunados e de
todos
os tristes e só ela, no grande
edifício
da organização, conseguirá
manter
o equilíbrio e a paz.
Humberto
de Campos
Do
livro “Dicionário da alma”.
Psicografia
de “Francisco Cândido Xavier”.
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