Tema da semana
“Minha família, o
mundo e eu”
de 26/11/2012 a
02/12/2012
Joanna
de Ângelis
Conceito
- Grupamento de raça, de caracteres e gêneros semelhantes,
resultado de agregações afins, a família genericamente, representa
o clã social ou de sintonia por identidade que reúne espécimes
dentro da mesma classificação. Juridicamente, porém, a família se
deriva da união de dois seres que se elegem para uma vida bem comum,
através de um contrato, dando origem à genitura da mesma espécie.
Pequena república fundamental para o equilíbrio da grande república
humana representada pela nação.
A
família tem suas próprias leis, que consubstanciam as regras de bom
comportamento dentro do impositivo do respeito ético, recíproco
entre os seus membros, favorável à perfeita harmonia que deve ter
vigência sob o mesmo teto em que se agasalham os que se consorciam.
Animal
social, naturalmente monogâmico, o homem, na sua generalidade,
somente se realiza quando comparte necessidades e aspirações na
conjuntura elevada do lar.
O
lar, no entanto, não pode ser configurado como a edificação
material, capaz de oferecer segurança e paz aos que aí se
resguardam. A casa são a argamassa, os tijolos, a cobertura, os
alicerces e os móveis, enquanto o lar são renúncia e a dedicação,
o silêncio e o zelo que se permitem àqueles que se vinculam pela
eleição afetiva ou através do impositivo consanguíneo, decorrente
da união.
A
família, em razão disso, é o grupo de espíritos normalmente
necessitados, desajustados, em compromisso inadiável para a
reparação, graças à contingência reencarnatória. Assim,
famílias espirituais frequentemente se reúnem na Terra em
domicílios físicos diferentes, para as realizações nobilitantes
com que sempre se viram a braços os construtores do Mundo.
Retornam
no mesmo grupo consanguíneo os espíritos afins, a cuja oportunidade
às vezes preferem renunciar, de modo a concederem aos desafetos e
rebeldes do passado o ensejo da necessária evolução, da qual
fruirão após as renúncias às demoradas uniões no Mundo
Espiritual...
Modernamente,
ante a precipitação dos conceitos que generalizam na vulgaridade os
valores éticos, tem-se a impressão de que paira rude ameaça sobre
a estabilidade da família.
Mais
do que nunca, porém, o conjunto doméstico se deve impor para a
sobrevivência a benefício da soberania da própria Humanidade.
A
família é mais do que o resultante genético... São os ideais, os
sonhos, os anelos, as lutas e árduas tarefas, os sofrimentos e as
aspirações, as tradições morais elevadas que se cimentam nos
liames da concessão divina, no mesmo grupo doméstico onde medram as
nobres expressões da elevação espiritual na Terra.
Quando
a família periclita, por esta ou aquela razão, sem dúvida a
sociedade está a um passo do malogro...
Histórico
- Graças ao instinto gregário, o homem, por exigência da
preservação da vida, viu-se conduzido à necessidade da cooperação
recíproca, a fim de sobreviver em face das ásperas circunstâncias
nos lugares onde foi colocado para evoluir. A união nas necessidades
inspirou as soluções para os múltiplos problemas decorrentes do
aparente desaparelhamento que o fazia sofrer ao lutar contra os
múltiplos fatores negativos que havia por bem superar.
Formando
os primitivos agrupamentos em semi-barbárie, nasceram os pródromos
das eleições afetivas, da defesa dos dependentes e submissos,
surgindo os lampejos da aglutinação familial.
Dos
tempos primitivos aos da Civilização da Antiguidade Oriental, os
valores culturais impuseram lentamente as regras de comportamento em
relação aos pais -representativos dos legisladores, personificados
nos anciãos; destes para os filhos - pela fragilidade e dependência
que sempre inspiram; entre irmãos - pela convivência pacífica
indispensável à fortaleza da espécie; ou reciprocamente entre os
mais próximos, embora não subalternos ao mesmo teto, num
desdobramento do próprio clã, ensaiando os passos na direção da
família dilatada...
A
Grécia, aturdida pela hegemonia militar espartana, não considerou
devidamente a união familial, o que motivou a sua destruição,
ressalvada Atenas, que, não obstante amando a arte e a beleza,
reservava ao Estado os deveres pertencentes à família, facultando-a
sobreviver por tempo maior, mas não lobrigando atingir o programa
estético e superior a que se propuseram os seus excelentes
filósofos.
A
Roma coube essa indeclinável tarefa, a princípio reservada ao
patriciado, e depois, através de leis coordenadas pelo Senado, que
alcançaram as classes agrícolas, militares, artísticas e a plebe,
facultando direitos e deveres que, embora as hediondas e infelizes
guerras, se foram fixando no substrato social e estabelecendo os
convênios que o amor sancionou e fixou como técnica segura de
dignificação do próprio homem, no Conjunto da família.
A
Idade Média, caracterizada pela supremacia da ignorância,
desfigurou a família com o impositivo de serem doados os filhos à
Igreja e ao suserano dominador, entibiando por séculos a marcha do
espírito humano.
Aos
enciclopedistas foi reservada a grandiosa missão de, em
estabelecendo os códigos dos direitos humanos, reestruturarem a
família em bases de respeito para a felicidade das criaturas.
Todavia,
a dialética materialista e os modernos conceitos sensualistas,
proscrevendo o matrimônio e prescrevendo o amor livre, voltam a
investir contra a organização familial por meio de métodos
aberrantes, transitórios, e certo, mas que não conseguirão, em
absoluto, qualquer triunfo significativo.
São
da natureza humana a fidelidade, a cooperação e a fraternidade como
pálidas manifestações do amor em desdobramento eficaz. Tais
valores se agasalham, sem dúvida, no lar, no seio da família, onde
se arregimentam forças morais e se caldeiam sentimentos na forja da
convivência doméstica.
Apesar
de a poliandria haver gerado o matriarcado e a promiscuidade sexual
feminina, a poligamia, elegendo o patriarcado, não foi de menos
infelizes consequências.
Segundo
o eminente jurista suíço Bachofen, que procedeu a pesquisas
históricas inigualáveis sobre o problema da poliandria, a mulher
sentiu-se repugnada e vencida pela vulgaridade e abuso sexual, de
cuja atitude surgiria o regime monogâmico, que ora é aceito por
quase todos os povos da Terra.
Conclusão
- A família, todavia, para lograr a finalidade a que se destina,
deve começar desde os primeiros arroubos da busca afetiva, em que as
realizações morais devem sublevar às sensações sexuais de breve
durabilidade.
Quando
os jovens se resolvem consorciar, impelidos pelas imposições
carnais, a futura família já padece ameaça grave, porquanto, em
nenhuma estrutura se fundamenta para resistir aos naturais embates
que a união a dois acarreta, no plano do ajustamento emocional e
social, complicando-se, naturalmente, quando do surgimento da prole.
Fala-se
sobre a necessidade dos exames pré-nupciais, sem dúvida
necessários, mas com lamentável descaso pela preparação
psicológica dos futuros nubentes em relação aos encargos e às
responsabilidades esponsalícias e familiares.
A
Doutrina Espírita, atualizando a lição evangélica, descortina na
família esclarecida espiritualmente a Humanidade ditosa do futuro
promissor. Sustentá-la nos ensinamentos do Cristo e nas Lições da
reta conduta, apesar da loucura generalizada que irrompe em toda
pane, é o mínimo dever de que ninguém se pode eximir.
ESTUDO
E MEDITAÇÃO:
"Será
contrário à lei da Natureza o casamento, isto é, a união
permanente de dois seres?
"É
um progresso na marcha da Humanidade."
(O
Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 695.)
"(...)Não
são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os
da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os Espíritos
antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois
seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo
Espírito, do que se o fossem pelo sangue (...)."
(O
Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec, capítulo 14º, item
8.)
Do
livro “SOS Família”.
Psicografia
de Divaldo Pereira Franco.
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ANOTAÇÕES
DE FAMÍLIA
Feito
de ouro ou sucata,
O
lar de angústias e esperas
É
o campo onde se resgata
As
dívidas de outras eras.
Álvaro
Martins
Do
livro “Família”.
Psicografia
de “Francisco Cândido Xavier”.
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