Tema da semana
“Minha família, o
mundo e eu”
de 26/11/2012 a
02/12/2012
No
Espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela
afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. (IV,
18)
Camilo
A
grande família terrena é a humanidade.
Nela
obtemos as ensanchas excelentes para que desenvolvamos as nossas
humanas potencialidades com vistas à redenção que nos foi por Deus
destinada.
Muito
embora as cenas patéticas que acompanhamos no dia a dia do mundo;
nada obstante as enfermidades sem remédio e os remédios que não
chegam a tantos doentes desprovidos de apoio socioeconômico, é na
Terra o ninho onde estamos operando significativa etapa da nossa
evolução.
Mesmo
quando nos exasperamos com inúmeros quadros de abandono e de
injustiça em toda parte; ainda que ao testemunharmos o incremento da
violência urbana constatemos que ela aninha, em verdade, no imo das
desarvoradas criaturas humanas, concluímos que é sobre o dorso
planetário que nos cabe encontrar a maturidade moral de que sentimos
falta, de modo que elaboremos os dias de fraternidade e de paz que
sonhamos.
Assistindo
aos lastimáveis espetáculos patrocinados pela dantesca ignorância,
que invade os cenários mais respeitáveis do mundo; dando-nos conta
da acintosa imposição do aventureirismo nos arraiais mais
significativos da vida social, temos a certeza de que é no chão do
mundo que temos de plantar as sementes da nossa generosidade e da
nossa melhor inteligência, para que se alterem as frontes do
conhecimento e da responsabilidade, sob as quais todos acharão
proteção e alento, e ajuntarão forças para manterem no rumo da
plenitude.
Qualquer
que seja a situação que vivenciemos, que assistimos ou de que
tenhamos notícias no mundo, tanto as situações felizes quanto as
desventuradas, será imprescindível entender que estamos no
educandário e no reformatório de que todos temos necessidade, até
que logremos corrigir as tortuosidades do nosso caráter e
incrementar as nossas ações positivas.
Em
comparação com o mundo
A
nossa família biológica é a humanidade em miniatura. É uma
micro-humanidade.
Nela,
na convivência entre algumas poucas pessoas ou no bojo de algumas
dezenas de criaturas, temos ocasião de travar contatos de conviver
com mais variados tipos humanos, desde os mais ignóbeis aos mais
nobres caracteres.
Como
no mundo, temos em casa gente desonesta até não mais poder; temos
almas trabalhadoras, operosas, de grandioso espírito de serviço.
Entretanto, há também os que se mostram como representantes
encarnados da preguiça e da má vontade no círculo familiar.
Como
no mundo, identificamos em nosso clã gente alegre e jovial, capaz de
levar conforto e encantamento onde cheguem; sem embargo, também
temos os que são portadores de duras carrancas, que dão a impressão
de que estão de mal com o mundo, perenemente. Gente que não sorri e
que é capaz de ver treva e lodo em tudo e em todos.
Como
no mundo, encontramos parentes que são modelos das virtudes
acrisoladas e que têm sempre palavras de apoio, de harmonia e de
incentivo ao bem. Por outro lado, temos consanguíneos que são a
encarnação do vício, condenadores contumazes que jamais incentivam
quem quer que seja, que nunca encontram uma única ocasião de dizer
qualquer palavra de ternura ou de atenção para alguém, no seu
circuito parental.
Como
no mundo, existem em nosso quadro familiar os que conseguiram – a
custo de inauditas disciplinas – harmonizar suas expressões
afetivas e que, por isso, dão digno encaminhamento as suas energias
genésicas.
Há
outros familiares, no entanto, que são verazes pilhas de sexo que
carregam libidinosidade nos olhos, nos gestos, nos usos, nas
brincadeiras e nas palavras, tendo em vista possuírem poluída a
própria mente, conseguindo rebaixar tão importante manifestação
da Divindade na Sua criação.
Como
no mundo, vivemos com parentes que se mostram amigos, prestativos,
presentes, e que fazem por onde manter benfazeja proximidade, sem
nenhuma intervenção infeliz na vida dos demais.
Mas
temos de conviver também com outros que jamais comparecem para
oferecer qualquer suporte, ou cooperação, seja quando for, e que se
mostram exploradores e oportunistas, pois quando aparecem no cenário
dos familiares, quando dão sinal de vida, o que desejam, em
realidade, é pedir, retirar, gozar, beneficiar-se dos familiares,
assumindo a postura de verdadeiros sanguessugas, tão insensíveis
quanto insensatos.
Razões
para que estejas onde estás
Há
necessidade, contudo, de que te prepares para viver no mundo, no seio
da tua família, contatando-a de algum modo, a fim de retirares
proveito dessa relação. O Criador não te alocou por mero acaso
nessa ou naquela vinculação genética. Existem imponderáveis
razões para que estejas convivendo com quem convives.
Entenderás
que é no seio familiar onde o Criador te situa para que aprendas a
conviver com os teus irmãos da macroscópica humanidade.
Como
o Cristo deixou claro que aquele que não consegue ser fiel nas
coisas mínimas, também não o será nas coisas máximas
(.Lc.,16:10.), cabe a ti aperfeiçoar teus pensamentos e
raciocínios na tua micro-humanidade doméstica, para que consigas,
no tempo, atuar com proveito na ampla humanidade.
Importante
é que consigas identificar, na tua relação com os teus
consanguíneos, o que é que Deus espera de ti, o que deves realizar
nesse contexto para que se torne exitosa a tua presente existência
terrestre.
Bom
será que não cultives animosidades, mágoas, desejos de vindita ou
planos de extorsão relativamente a tua família, pois na convivência
no macromundo terás de experimentar a lei de retorno,
e verás quanto é difícil e dolorido o tempo da devolução, os
dias do acerto de contas.
Melhor
ainda será que não te enredes em atos desonrosos ou criminosos, sob
o manto da convivência familiar, uma vez que nada passará
despercebido da tua consciência nem da dos teus parceiros
desafortunados. Saibas que o tempo da expiação reunir-los-á para a
indispensável reeducação.
Por
mais complexo seja o teu clã, por maiores sejam as limitações que
apresentam – físicas, culturais, sociais ou morais -, que busques
entender que Deus não te localizaria nala se não houvesse um grande
programa renovador ou reeducativo para ti e para os teus.
Se
desdenhares a ensancha ou se te julgares superior e por isso te
tornares brutal, esnobe ou cruel, saibas que resgatarás o teu
absurdo no campo da grande humanidade, que é a tua família
ampliada.
Justificativas
para o presente texto
Diante
dos planos de entidades infelizes, sombrias, que de longa data se
empenham em desmontar onde e como puderem, a constituição dos
lares, a formação da família, e perante os continuados pedidos de
orientação, de amparo e de sustentação que nos chegam de
inumeráveis corações no planeta, é que nos animamos a entretecer
algumas considerações que possam auxiliá-los nos esforços para a
compreensão dos laços familiares e para o melhor relacionamento
possível do grupo doméstico.
Não
há nessas páginas nenhum projeto original, tampouco a palavra final
sobre o rico e sempre oportuno tema, como é o da família.
Pautamo-nos na observância dos conflitos e dos dramas que repontam
na complexa quão divina instituição larária, núcleo onde o Pai
Celeste reúne vítimas e algozes, credores e devedores, amigos e
inimigos, anjos tutelares e enfermos espirituais, para que rutile
claridade e saúde nos campos onde haveria doença e escuridão.
Esperamos,
assim, que estas despretensiosas reflexões consigam desvelar alguns
ângulos antes vedados a muitos olhares e entendimentos, facultando
uma tomada de maior consciência quanto ao valor e sentido da
família.
O
que nos felicita, particularmente, no presente livro é prestar a
nossa homenagem ao Amigo Incomparável, que é Jesus Cristo, esse
Anjo Tutelar da Família Terrestre, que nos abriu as portas dessa
morada sideral, a fim de que nos reuníssemos, todos nós, os que
estão no corpo carnal ou fora dele, para treinarmos a fidelidade no
grupo pequeno do lar, até que logremos os elementos morais e
intelectuais suficientes para vivermos com qualidade no seio da
abençoada humanidade terrestre.
Fase,
assim, a tua parte e segue harmonizado para o Grande Futuro, onde te
aguarda e os teus amores o Pai Criador.
Psicografia
de Raul Teixeira do livro “minha família, o mundo e eu”
FAMÍLIA
Família
é sempre um conjunto
De
almas ternas e queridas
No
entanto, às vezes, carrega
Inimigo
de outras vidas.
Cornélio
Pires
Psicografia
ChicoXavier - Livro Toques da Vida
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