Tema da semana
“Os sãos não têm
necessidade de médico”
de 19/10/2012 a
25/11/2012
Não são os que gozam
saúde que precisam de médico
Allan Kardec
11. Estando Jesus à mesa em casa
desse homem (Mateus), vieram aí ter muitos publicanos e gente de má
vida, que se puseram à mesa com Jesus e seus discípulos; - o que
fez que os fariseus, notando-o, disseram aos discípulos: Como é que
o vosso Mestre come com publicanos e pessoas de má vida? - Tendo-os
ouvido, disse-lhes Jesus: Não são os que gozam saúde que precisam
de médico. (S. MATEUS, cap. IX, vv. 10 a 12.)
12. Jesus se acercava, principalmente,
dos pobres e dos deserdados, porque são os que mais necessitam de
consolações; dos cegos dóceis e de boa fé, porque pedem se lhes
dê a vista, e não dos orgulhosos que julgam possuir toda a luz e de
nada precisar. (Veja-se: "Introdução", artigo:
Publicanos, Portageiros.)
Essas palavras, como
tantas outras, encontram no Espiritismo a aplicação que lhes cabe.
Há quem se admire de que, por vezes, a mediunidade seja concedida a
pessoas indignas, capazes de a usarem mal. Parece,
dizem, que tão preciosa faculdade devera ser atributo exclusivo dos
de maior merecimento.
Digamos, antes de tudo, que a
mediunidade é inerente a uma disposição orgânica, de que qualquer
homem pode ser dotado, como da de ver, de ouvir, de falar. Ora,
nenhuma há de que o homem, por efeito do seu livre-arbítrio, não
possa abusar, e se Deus não houvesse concedido, por exemplo, a
palavra senão aos incapazes de proferirem coisas más, maior seria o
número dos mudos do que o dos que falam. Deus outorgou faculdades ao
homem e lhe dá a liberdade de usá-las, mas não deixa de punir o
que delas abusa.
Se só
aos mais
dignos fosse
concedida a
faculdade de
comunicar com
os Espíritos,
quem ousaria
pretendê-la? Onde,
ao demais,
o limite
entre a
dignidade e
a indignidade?
A mediunidade é conferida sem distinção, a fim
de que os Espíritos possam trazer a luz a todas as
camadas, a
todas as
classes da
sociedade, ao
pobre como
ao rico;
aos retos,
para os
fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir. Não são estes
últimos os doentes que necessitam de médico? Por que Deus, que não
quer a morte do pecador, o privaria do socorro que
o pode
arrancar ao
lameiro? Os
bons Espíritos
lhe vêm
em auxílio
e seus
conselhos, dados diretamente, são de natureza a
impressioná-lo de modo mais vivo, do que se os recebesse
indiretamente. Deus, em sua bondade, para lhe poupar o trabalho de ir
buscá-la longe, nas mãos lhe coloca a luz. Não será ele bem mais
culpado, se não a quiser ver? Poderá desculpar-se com a sua
ignorância, quando ele mesmo haja escrito com suas mãos, visto com
seus próprios olhos, ouvido com seus próprios ouvidos, e
pronunciado com a própria boca a sua condenação? Se não
aproveitar, será então punido pela perda ou pela perversão da
faculdade que lhe fora outorgada e da qual, nesse caso, se
aproveitam os maus Espíritos para o obsidiarem e enganarem, sem
prejuízo das aflições reais com que Deus castiga os servidores
indignos e os corações que o orgulho e o egoísmo endureceram.
A mediunidade não implica
necessariamente relações habituais com os Espíritos superiores. E
apenas uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos
dúctil aos Espíritos, em geral. O bom médium, pois, não é aquele
que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons
Espíritos e somente deles tem assistência. Unicamente neste sentido
é que a excelência das qualidades morais se torna onipotente sobre
a mediunidade.
RUMO CERTO
Desejas libertação
De mágoa, pena, temor...
O recurso que não falha:
Mais serviço, mais amor.
Casemiro Cunha
Pássaros
Humanos - Francisco Cândido Xavier
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