segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Solidariedade na Perspectiva Espírita


Tema da semana
Solidariedade”
de 07/01/2013 a 13/01/2013

Jorge Hessen

O que é solidariedade? Para os egoístas, a palavra reverbera perturbadora. Incomoda, porque o seu verdadeiro significado impõe mobilização de recursos em favor do próximo. Fundamenta-se em valores que não conseguimos quantificar. Mas, o que é ser solidário? É sentir a necessidade íntima de partilhar, é querer ir mais além, é perceber que a alegria de dar é indiscutivelmente superior à de receber; é estender a mão ao próximo sem olhar sua raça, condição, gênero, conta bancária. A internalização do sentimento solidário torna-nos efetivamente pessoas melhores. A solidarização é o “sentimento de identificação com os problemas de outrem, o que leva as pessoas a se ajudarem mutuamente”(1). É uma maneira de assistência moral e espiritual que se concede a alguém, seja por simpatia, piedade ou senso de justiça. No sentido de laço de união fraternal que une as pessoas, pelo fato de serem semelhantes, chamamos de solidariedade humana. É compromisso pelo qual nos sentimos em obrigação umas em relação às outras, ou seja, é a interdependência e a reciprocidade.

Infelizmente, vivemos num ambiente social de quimeras postergadas, de sonhos frustrados, de mentes cansadas, numa sociedade de nódoas morais, de “mentes vazias” e atoladas nas futilidades hodiernas, isoladas no cipoal do “ego” enregelado. Vivemos completamente mergulhados na vida egocêntrica, que nos remete irreversivelmente à solidão. O Espírito Emmanuel ressalta que “a técnica avançou da produção econômica em todos os setores, selecionando o algodão e o trigo por intensificar-lhes as colheitas, mas, para os olhos que contemplam a paisagem mundial, jamais se verificou entre os encarnados tamanha escassez de pão e vestuário. Aprimoraram-se as teorias sociais de solidariedade e nunca houve tanta discórdia”(2).

Os males que afligem a Humanidade são resultantes exclusivamente do egoísmo (ausência de solidariedade). A eterna preocupação com o próprio bem-estar é a grande fonte geradora de desatinos e paixões desajustantes. A máxima "Fora da Caridade não há Salvação"(3) é a bandeira da Doutrina Espírita na luta contra o egoísmo. A solidariedade é a caridade em ação, a caridade consciente, responsável, atuante, empreendedora. Os preceitos espíritas contribuem para o progresso social, deteriora o materialismo, faz com que os homens compreendam onde está seu verdadeiro interesse. O Espiritismo destrói os preconceitos “de seitas, de castas e de raças, ensina aos homens a grande solidariedade que deve uni-los como irmãos”(4). Destarte, segundo os benfeitores espirituais, “quando o homem praticar a lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça e na solidariedade”(5).

A recomendação do Cristo “que vos ameis uns aos outros como eu vos amei”(6) assegura-nos o regime da verdadeira solidariedade e garante a confiança e o entendimento recíproco entre os homens.

A solidariedade na vida social é como o ar para o avião. O avião, apesar de toda tecnologia, se não tiver ar ele não voa. A prática desse sentimento vivifica e fecunda os gérmens que nele existem, em estado latente, nos corações humanos. A Terra, local de provação e de exílio, será pacificada por esse fogo sagrado e verá exercidos na sua superfície a caridade, a humildade, a paciência, o devotamento, a abnegação, a resignação e o sacrifício, virtudes todas filhas do amor e da solidariedade.

É imprescindível darmo-nos, através do suor da colaboração e do esforço espontâneo na solidariedade, para atender, substancialmente, as nossas obrigações primárias, à frente do Cristo (7).

Ante as responsabilidades resultantes da consciência doutrinária, que nos impõe a superar a temática de vulgaridade e imediatismo ante o comportamento humano, em larga maioria, a máxima da solidariedade apresenta-se como roteiro abençoado de uma ação espírita consciente, capaz de esclarecer e edificar os corações, com a força irresistível do exemplo.

Fontes:
(1) Cf. Dicionário Caldas Aulete;
(2) Xavier, Francisco Cândido. "Fonte Viva", ditada pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1992;
(3) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, Cap. XV;
(4) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000, pergunta 799;
(5) Idem, pergunta 930;
(6) Jo, 15.12;
(7) Xavier, Francisco Cândido. "Fonte Viva", ditada pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1992.

SERVIÇO AO PRÓXIMO
Sigamos servindo aos outros
E escutai, amigos meus:
Quem trabalha para o bem
Colhe o salário de Deus.
Cornélio Pires
Psicografia Francisco Cândido Xavier - Livro "Trovas da Vida" 

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