Tema
da semana
“A
verdadeira propriedade”
de
11/02/2013 a 17/02/2013
Allan
Kardec
9.
O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar
deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele
enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo
isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o
usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do
corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os
conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva
consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito
mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais
rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido
em bem, resultará a sua posição futura. Quando alguém vai a um
país distante, constitui a sua bagagem de objetos utilizáveis nesse
país; não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei
do mesmo modo com relação à vida futura; aprovisionai-vos de tudo
o de que lá vos possais servir.
Ao
viajante que chega a um albergue, bom alojamento é dado, se o pode
pagar. A outro, de parcos recursos, toca um menos agradável. Quanto
ao que nada tenha de seu, vai dormir numa enxerga. O mesmo sucede ao
homem, à sua chegada no mundo dos Espíritos: depende dos seus
haveres o lugar para onde vá. Não será, todavia, com o seu ouro
que ele o pagará. Ninguém lhe perguntará: Quanto tinhas na Terra?
Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Perguntar
-lhe-ão: Que trazes contigo? Não se lhe avaliarão os bens, nem os
títulos, mas a soma das virtudes que possua. Ora, sob esse aspecto,
pode o operário ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará
que antes de partir da Terra pagou a peso de ouro a sua entrada no
outro mundo. Responder -lhe-ão: Os lugares aqui não se compram:
conquistam-se por meio da prática do bem. Com a moeda terrestre, hás
podido comprar campos, casas, palácios; aqui, tudo se paga com as
qualidades da alma. És rico dessas qualidades? Sê bem-vindo e vai
para um dos lugares da primeira categoria, onde te esperam todas as
venturas. És pobre delas? Vai para um dos da última, onde serás
tratado de acordo com os teus haveres. – Pascal. (Genebra, 1860.)
10.
Os bens da Terra pertencem a Deus, que os distribui a seu grado, não
sendo o homem senão o usufrutuário, o administrador mais ou menos
íntegro e inteligente desses bens. Tanto eles não constituem
propriedade individual do homem, que Deus frequentemente anula todas
as previsões e a riqueza foge àquele que se julga com os melhores
títulos para possuí-la.
Direis,
porventura, que isso se compreende no tocante aos bens hereditários,
porém, não relativamente aos que são adquiridos pelo trabalho. Sem
dúvida alguma, se há riquezas legítimas, são estas últimas,
quando honestamente conseguidas, porquanto uma propriedade só é
legitimamente adquirida quando, da sua aquisição, não resulta dano
para ninguém. Contas serão pedidas até mesmo de um único ceitil
mal ganho, isto é, com prejuízo de outrem. Mas, do fato de um homem
dever a si próprio a riqueza que possua, seguir -se-á que, ao
morrer, alguma vantagem lhe advenha desse fato? Não são amiúde
inúteis as precauções que ele toma para transmiti-la a seus
descendentes? Decerto, porquanto, se Deus não quiser que ela lhes vá
ter às mãos, nada prevalecerá contra a sua vontade. Poderá o
homem usar e abusar de seus haveres durante a vida, sem ter de
prestar contas? Não. Permitindo-lhe que a adquirisse, é possível
haja Deus tido em vista recompensar -lhe, no curso da existência
atual, os esforços, a coragem, a perseverança. Se, porém, ele
somente os utilizou na satisfação dos seus sentidos ou do seu
orgulho; se tais haveres se lhe tornaram causa de falência, melhor
fora não os ter possuído, visto que perde de um lado o que ganhou
do outro, anulando o mérito de seu trabalho. Quando deixar a Terra,
Deus lhe dirá que já recebeu a sua recompensa. – M., Espírito
protetor. (Bruxelas, 1861.)
POSSUIR
É
preciso perder para achar e nada possuir na Terra, para entrarmos na
posse dos Tesouros do Céu.
Meimei
Livro
“Dicionário da Alma” psicografia de Francisco Cândido Xavier,
autores diversos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
(-: , Olá, seja bem vindo, se o seu comentário for legal, e não trouxer conteúdo agressivo, ele será postado.