Tema
da semana
“Reconciliar-se com os adversários”
de 11/03/2013 a 17/03/2013
Joanna
de Ângelis
Ninguém, na terra, que
esteja indene à vigilante presença deles.
Transitam pelo caminho de
todos, inspecionando as imperfeições alheias e fazendo exigências,
acoimados por sentimentos torpes, em faina de desforço continuo de
que não se saciam nunca.
Sorriem, alguns,
dissimulando reações contraditórias de animosidade, que os
atormenta.Parceiros de folguedos ou de atividades, constituem
premente aflição que estruge a cada passo em bem urdido programa ou
precipitados revides de idiossincrasia que não conseguem superar.
A grande maioria ignora a
razão por que se fazem adversários - como se razão alguma houvesse
justificasse o culto da inimizade.
Simplesmente se deixam
afetar pelos sentimentos inferiores e intoxicam-se pelos vapores que
procedem das fixações mentais enfermiças com que se acreditam
realizados emocionalmente.
Porque alguém logre
determinadas metas que eles não conseguiram, derrapam nas vias da
insensatez , que faculta a vigência da inveja e do despeito,
investindo, em desalinho, na condição de sicários impiedosos.
Sob a injunção de
problemas íntimos que dão origem a complexos negativos e recalques
pessimistas, supõem-se como rudes opositores.
Não desejando oferecer
as necessárias quão preciosas quotas de sacrifício e abnegação
que outros se concedem para as lutas do quotidiano, deslizam pelo
ciúme até o bordo da antipatia, revelando-se verazes censores e
perseguidores sistemáticos.
A mágoa que se permitem
conservar algumas pessoas, anestesiadas nos centros do discernimento
pela presunção, convertem-nas em problemas para o próximo,
vitalizando as paixões subalternas que as transformam em singulares
desafetos...
... Sempre se podem
encontrar motivos para opor-se a outrem. Falsos argumentos de que se
utiliza a fraqueza moral, para dar vazão às próprias imperfeições
que transfere para o próximo, face à falta de coragem para
enfrentar-se e corrigir-se, adquirindo valores para a própria
ascensão, de cujo elevado posto as perspectivas mudam de
configuração, assumindo os seus aspectos reais.
A visão das baixadas é
limitada pelos horizontes estreitos, quanto os exames e considerações
em torno das atitudes alheias, se apresentam com as cores das lentes
com que são observadas...
Os idealistas de todos os
portes sofreram na face o pesado guante que lhes foi atirado.
Os heróis de todo
cometimento experimentaram a agudeza das suas lanças e as suas
múltiplas farpas.
Os santos e os apóstolos
de todos os matizes foram afligidos pelos zurzir do látego e dos
doesto deles.
Os missionários da
Ciência e os sacerdotes do saber estiveram sob a alça de mira das
suas armas e não poucos expiaram nos suplícios infames que lhes
impuseram.
Se te alças à glória
da redenção pelo amor ou se desce à sombra para o auxílio, não
te concederão trégua, porquanto preferem o parasitismo e a
inutilidade em que se detém.
A ação do bem
incomoda-os.
Isto porque ainda
predominam no homem as heranças inferiores das faixas primevas de
onde procede...
Pensam esses acratas que
é mais fácil perseguir e inquietar do que apaziguar e erguer.
Não sabem o que fazem,
ou preferem, por enquanto, não sabê-lo.
Pululam entre os
encarnados e estão presentes além da forma física, prosseguindo na
nefanda irrisão e fantasia inditosa a que se renderam, infantis.
Todos lhes sofrem as
investidas.
São, no entanto,
benfeitores indiretos, se conseguires aproveitá-los.
Sem o saberem
auxiliar-te-ão no descobrimento das falhas morais que deves
corrigir; chamar-te-ão a atenção para gravames que afeiam a tua
conduta; apontar-te-ão debilidades do caráter e senões do
comportamento de que ainda não te deste conta; dir-te-ão com
acrimônia as incidências cometidas neste ou naquele erro e que te
passaram despercebidas; impor-te-ão exercícios de paciência e
renúncia, exprobrando-te equívocos irrelevantes e enganos de
pequena monta; exigir-te-ão austeridade no exemplo o otimismo no
proceder, concitando-te à humildade...
Exagerarão nos informes
infelizes e não te darão repouso nem trégua... Com isto te
libertarás deles.
O importante é não
ser adversário de ninguém, perseguidor de pessoa alguma,
mergulhando no imo a fim de extirpar os reais inimigos da paz, que
residem no cerne de cada criatura onde proliferam, e enfrentar as
refregas, resistindo a não poucos embates, até a vitória...
Quando alguém reage,
revidando contra o agressor, passa a sintonizar com ele, mantendo
ambos estreita e perniciosa interdependência psíquica, em desditoso
comércio mental de ódio dissolvente, que termina por subjugá-los
sem reversão.
O esforço exigido, sem
dúvida, será contínuo, porquanto esses antagonismo íntimos nascem
e renascem, multiplicando-se facilmente nos porões da alma.
Por tal razão,
recomendou o Senhor a oração e a vigilância a fim de que o homem
supere as tentações.
Nessa luta sem quartel
muitas dores se somarão, advindo, posteriormente, a saúde total e a
total alegria da paz.
Para esse tatame,
esforça-te por disciplinas o caráter, fixando hábitos salutares e
realizações abençoadas.
Transformarás os
inimigos que te criam dificuldades, a pouco e pouco, pelo exemplo
de fé, amor e caridade, em auxiliares do teu progresso, e,
quiçá, em verdadeiros irmãos do trabalho, se te dispuseres a
não revidar o mal com o mal seja em atos ou em pensamentos,
amando-os e considerando-os amigos enfermos aos quais deves ajudar
para tua e a felicidade deles.
Psicografia de Divaldo Franco do livro Após A Tempestade
FAMÍLIA
E JESUS
Por laço pesado ou
leve,
Pelo tempo em que se
empraza,
Cada um paga o que deve
Por dentro da própria
casa.
Lucano Reis
Livro: Tesouro De
Alegria
Francisco Cândido
Xavier - Espíritos Diversos
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