Tema da
semana
“O
Argueiro e a trave no olho”
de
04/03/2013 a 10/03/2013
Joanna de Ângelis
Em termos de psicologia profunda, a
questão do julgamento das faltas alheias constitui um grave
cometimento de desumanidade em relação àquele que erra.
O problema do pecado pertence a quem o
pratica, que se encontra, a partir daí, incurso em doloroso processo
de autoflagelação, buscando, mesmo que inconscientemente,
liberar-se da falta que lhe pesa como culpa na economia da
consciência.
A culpa é sombra perturbadora na
personalidade, responsável por enfermidades desprezíveis,
causadoras de desgraças de vária ordem.
Insculpida nos painéis profundos da
individualidade, programa, por automatismos, os processos reparadores
para si mesma.
Toda contribuição de impiedade,
mediante os julgamentos arbitrários, gera, por sua vez, mecanismos
de futura aflição para o acusador.
Julgando as ações que considera
incorretas no seu próximo, realiza um fenômeno de projeção da sua
sombra em forma de auto justificação, que não consegue libertá-lo
do impositivo das suas próprias mazelas.
A tolerância, em razão disso, a
todos se impõe como terapia pessoal e fraternal, compreendendo as
dificuldades do caído, enquanto lhe distende mãos generosas para o
soerguer.
Na acusação, no julgamento dos erros
alheios, deparamos com propósitos ocultos de vingança prazer em
constatar a fraqueza dos outros indivíduos, que sempre merecem a
misericórdia que todos esperamos encontrar quando em circunstâncias
equivalentes.
Jesus sempre foi severo na educação
dos julgadores da conduta alheia.
Certamente, há tribunais e
autoridades credenciadas para o ministério de saneamento moral da
sociedade, encarregadas dos processos que envolvem os delituosos.
E os julgam, estabelecendo os
instrumentos reeducativos, jamais punitivos, pois que, se o fizessem,
incidiriam em erros idênticos, se não mais graves.
O julgamento pessoal, que ignora as
causas geradoras dos problemas, demonstra o primitivismo moral do
homem ainda "lobo" do seu irmão.
O Mestre estabeleceu a formosa imagem
do homem que tem uma trave dificultando-lhe a visão, e no entanto vê
o cisco no olho do seu próximo.
A proposta é rigorosa, portadora de
claridade evidente, que não concede pauta a qualquer fuga de
responsabilidade.
Ele próprio, diante da multidão
aflita, equivocada, perversa, insana, ao invés de a julgar,
"tomou-se de compaixão" e ajudou-a.
Naturalmente não solucionou todos os
problemas, nem atendeu a todos, como eles o desejavam.
Apesar de tudo, compadecido, os amou,
envolvendo-os em ternura e ensinando-lhes as técnicas de libertação
para adquirirem a paz.
Pensamento
Tem compaixão de quem cai. A
consciência dele será o seu juiz.
Ajuda aquele que tomba. Sua fraqueza
já lhe constitui punição.
Tolera o infrator. Ele é o teu
futuro, caso não disponhas de forças para prosseguir bem.
A tolerância que utilizares para com
os infelizes se transformará na medida emocional de compaixão que
receberás, quando chegar a tua vez, já que ninguém é perfeito.
Psicografia de Divaldo Franco do
livro Jesus e Atualidade
CONDENAÇÃO
E VIDA
Cornélio
Pires
Julgar
exige cuidado
Pelos
outros e por si.
Não
condene, ajude sempre,
Que
este assunto é isso aí.
Livro
Retratos Da Vida - Francisco Cândido Xavier
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