Tema
da semana
“Ciúme”
de
13/05/2013 a 19/05/2013
Allan
Kardec
23.
Vive o homem incessantemente em busca da felicidade, que também
incessantemente lhe foge, porque felicidade sem mescla não se
encontra na Terra. Entretanto, malgrado às vicissitudes que formam o
cortejo inevitável da vida terrena, poderia ele, pelo menos, gozar
de relativa felicidade, se não a procurasse nas coisas perecíveis e
sujeitas às mesmas vicissitudes, isto é, nos gozos materiais em vez
de a procurar nos gozos da alma, que são um prelibar dos gozos
celestes, imperecíveis; em vez de procurar a paz do coração, única
felicidade real neste mundo, ele se mostra ávido de tudo o que o
agitará e turbará, e, coisa singular! o homem, como que de intento,
cria para si tormentos que está nas suas mãos evitar.
Haverá
maiores do que os que derivam da inveja e do ciúme? Para o invejoso
e o ciumento, não há repouso; estão perpetuamente febricitantes. O
que não têm e os outros possuem lhes causa insônias. Dão-lhes
vertigem os êxitos de seus rivais; toda a emulação, para eles, se
resume em eclipsar os que lhes estão próximos, toda a alegria em
excitar, nos que se lhes assemelham pela insensatez, a raiva do ciúme
que os devora. Pobres insensatos, com efeito, que não imaginam
sequer que, amanhã talvez, terão de largar todas essas frioleiras
cuja cobiça lhes envenena a vida! Não é a eles, decerto, que se
aplicam estas palavras: “Bem aventurados os aflitos, pois que serão
consolados”, visto que as suas preocupações não são aquelas que
têm no céu as compensações merecidas.
Que
de tormentos, ao contrário, se poupa aquele que sabe contentar -se
com o que tem, que nota sem inveja o que não possui, que não
procura parecer mais do que é. Esse é sempre rico, porquanto, se
olha para baixo de si e não para cima, vê sempre criaturas que têm
menos do que ele. É calmo, porque não cria para si necessidades
quiméricas. E não será uma felicidade a calma, em meio das
tempestades da vida? – Fénelon. (Lião, 1860.)
CIÚME
Harmonia
em toda a casa
Faz
da vida um campo em flor.
Ciúme
é a erva daninha
Que
mata as rosas do amor.
Casimiro
Cunha
Livro
“Dicionário da Alma”
Psicografia
de Francisco Cândido Xavier
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