Tema
da semana
“Notícias
Históricas”
de
17/06/2013 a 23/06/2013
Allan
Kardec
Se
bem que as manifestações espíritas tenham ocorrido em todas as
épocas, é incontestável que hoje se produzem de maneira
excepcional. Interrogados sobre esse fato, os Espíritos foram
unânimes em sua resposta: “Os tempos – dizem eles – marcados
pela Providência para uma manifestação universal são chegados.
Estão
encarregados de dissipar as trevas da ignorância e dos preconceitos;
é uma era nova que começa e prepara a regeneração da Humanidade.”
Esse pensamento acha-se desenvolvido de maneira notável numa carta
que recebemos de um de nossos assinantes, da qual extraímos a
seguinte passagem:
“Cada
coisa tem seu tempo; o período que acaba de escoar-se parece ter
sido especialmente destinado pelo Todo Poderoso ao progresso das
ciências matemáticas e físicas e, provavelmente, foi tendo em
vista dispor os homens aos conhecimentos exatos que ele se opôs,
durante muito tempo, à manifestação dos Espíritos, como se tal
manifestação pudesse ser prejudicial ao positivismo, que requer o
estudo da Ciência; numa palavra, quis habituar o homem a procurar,
nas ciências de observação, a explicação de todos os fenômenos
que deviam produzir-se a seus olhos.”
“Hoje,
o período científico parece ter chegado a seu termo. Depois dos
imensos progressos realizados, não seria impossível que o novo
período que deve suceder-lhe fosse consagrado pelo Criador às
iniciações de ordem psicológica. Na imutável lei de
perfectibilidade que estabeleceu para os seres humanos, o que poderá
fazer depois de havê-los iniciado nas leis físicas do movimento e
ter lhes revelado os motores com os quais muda a face do globo? O
homem sondou as profundezas mais longínquas do espaço; a marcha dos
astros e o movimento geral do Universo não têm mais segredos para
ele; lê nas camadas geológicas a história da formação do globo;
à sua vontade, a luz se transforma em imagens duráveis; domina o
raio; com o vapor e a eletricidade suprime as distâncias e o
pensamento transpõe o espaço com a rapidez do relâmpago. Chegado a
esse ponto culminante, do qual a história da Humanidade não oferece
nenhum exemplo, qualquer que tenha sido o seu grau de avanço nos
séculos recuados, parece-me racional pensar que a ordem psicológica
lhe abre um novo caminho na via do progresso. É, pelo menos, o que
se poderia deduzir dos fatos que se produzem em nossos dias e se
multiplicam por todos os lados. Esperemos, pois, que se aproxime o
momento, se é que ainda não chegou, em que o Todo Poderoso venha
iniciar-nos em novas, grandes e sublimes verdades. Cabe a nós
compreendê-lo e secundá-lo na obra da regeneração.”
Essa
carta é do Sr. Georges, do qual havíamos falado em nosso primeiro
número. Não podemos senão felicitá-lo pelos seus progressos na
Doutrina; os elevados pontos de vista que desenvolve demonstram que a
compreende em seu verdadeiro sentido; para ele a Doutrina não se
resume na crença nos Espíritos e em suas manifestações: é toda
uma filosofia. Como ele, admitimos que entramos no período
psicológico e achamos perfeitamente racionais os motivos que nos
apresenta, sem crer, todavia, que o período científico tenha dito
sua última palavra; ao contrário, acreditamos que ainda nos reserva
muitos outros prodígios. Estamos numa época de transição, em que
os caracteres dos dois períodos se confundem.
Os
conhecimentos que os Antigos possuíam sobre a manifestação dos
Espíritos não serviriam de argumento contra a idéia do período
psicológico que se prepara. Com efeito, notamos que na Antigüidade
esses conhecimentos estavam circunscritos ao estreito círculo dos
homens de elite; sobre eles o povo possuía somente idéias falseadas
pelos preconceitos e desfiguradas pelo charlatanismo dos sacerdotes,
que delas se serviam como meio de dominação. Como já o dissemos
alhures, jamais esses conhecimentos se perderam e as manifestações
sempre se produziram; mas ficaram como fatos isolados, certamente
porque o tempo de os compreender não havia ainda chegado. O que se
passa hoje tem um caráter bem diverso; as manifestações são
gerais; impressionam a sociedade desde a base até o cume. Os
Espíritos não mais ensinam nos recintos fechados e misteriosos de
um templo inacessível ao vulgo. Esses fatos se passam à luz do dia;
falam a todos uma linguagem inteligível por todos. Tudo, pois,
anuncia, do ponto de vista moral, uma nova fase para a Humanidade.
Revista
Espírita - Jornal de estudos psicológicos-
Ano
I; Abril de 1858; nº 4
HISTÓRIA
A
história é a bíblia sagrada das nações
de
direitos e deveres isolados dos povos,
objetivando-se
a construção do progresso universal.
Emmanuel
Nenhum comentário:
Postar um comentário
(-: , Olá, seja bem vindo, se o seu comentário for legal, e não trouxer conteúdo agressivo, ele será postado.