Tema da semana
“Tormentos
voluntários”
de 15/07/2013 a
21/07/2013
Joanna de Ângelis
Genericamente, o homem
tem sido considerado como a massa física e mental, ainda incompleta,
que demanda o túmulo e ali se consome.
As religiões reportam-se
à alma com um destino adrede fixado para o futuro, repousando na
ociosidade ou padecendo na punição intérmina.
O mundo é, para os
primeiros, um lugar de prazeres imediatos com a inevitável presença
do sofrimento, que faz parte da sua imperfeição; para os segundos,
é “vale de lágrimas” ou “lugar de degredo”.
De um lado, a simplista
informação do nada após a morte; do outro, a fatalidade
preestabelecida, violando os códigos do querer, do lutar, do vencer.
Uma e outra corrente de
pensamento conduz, inevitavelmente, aos tormentos.
Aqui, o gozo até a
lassidão dos sentidos, e ali, a amargura frustrante. a castração
da alegria em mecanismos de evasão da realidade.
Fundamentados nessas
propostas surgem aqueles que vivem para fruir e os que se recusam à
satisfação.
*
Jesus foi o protótipo da
felicidade.
Amava a Natureza, os
homens, os labores simples com os quais teceu as Suas maravilhosas
parábolas.
Não condenava as
condições terrenas, não as exaltava.
Na posição de Mestre
ensinava como se devia utilizá-las, respeitando-as, com elas gerando
alegria entre todos, abençoando-as.
Como Médico das almas
propunha vivê-las sem pertencer-lhes, assinalando metas mais
elevadas, que deveriam ser conquistadas com esforço pessoal.
*
Os tormentos humanos
procedem da consciência de culpa de cada criatura.
Originário de outras
existências corporais, o Espírito herda as suas ações, que
ressurgem em forma de efeitos.
Quando aquelas foram
saudáveis, estes se lhe fazem benfazejos. O inverso é, igualmente,
verdadeiro.
Dos profundos arcanos da
individualidade surgem as matrizes das aflições que se lhe
estabelecerão no ser como processos depuradores, facilitando a
instalação das enfermidades, dos tormentos, das insatisfações.
Da mesma forma,
criam-se-lhe as condições favoráveis para a existência, fácil ou
árdua, no lar caracterizado por problemas socioeconômico morais, ou
enriquecido de amor e recursos que lhe favorecem a jornada.
No ser profundo, imortal,
encontram-se as raízes dos fenômenos que agora lhe repontam sobre o
solo da organização carnal.
*
Os teus tormentos atuais
são tormentos que engendraste em vidas passadas.
Atormentaste com
impiedade e agora sofres sem conforto.
Afligiste sem
misericórdia e ora padeces sem afeição.
Inquietaste com
perversidade e hoje te perturbas sem consolo.
O teu íntimo é um
caldeirão fervente.
Os conflitos se sucedem e
sais de um para outro desespero.
Tens dificuldade em
exteriorizá-los, verbalizá-los, aliviando-te.
Fobias, complexos,
recalques dominam-te a paisagem mental e te sentes um fracassado.
Retempera o ânimo,
porém, e sai do refúgio dos teus tormentos para a luz clara da
razão.
Ninguém está, na Terra,
fadado ao sofrimento, aos conflitos destruidores.
Todos retornam ao mundo
para aprender, recuperar-se, re- construir.
Na ausência do amor
ação, aparece-lhes a dor renovação.
Assim, dispõe-te à paz,
à libertação dos tormentos e lograrás alcançá-las.
*
No inolvidável encontro
de Jesus com a mulher de vida libertina, que Lhe lavou os pés com
unguento de lágrimas, enxugando-os com os seus cabelos, temos a
psicoterapia para todos os tormentos.
Disse Ele ao anfitrião
que o censurava mentalmente por aceitar a atitude da pobre
atormentada:
“Ela muito amou e, por
isso, os seus pecados lhe serão perdoados.” Fitando-a
com ternura e afeição, recomendou-lhe:
“Vai-te em paz,
a tua fé te salvou.”
O amor que se converte em
reparação de erros é a eficiente medicação moral para todas as
chagas do corpo, da mente e da alma.
Ama e tranquiliza-te,
deixando os teus tormentos no passado, e, ressuscitando dos
escombros, ressurge, feliz, para a reconstrução sadia da tua vida.
Psicografia de Divaldo
Franco do livro Jesus e Atualidade
FELIZ
João
de Deus
Cheio
de dor,
O
pobrezinho,
Sempre
sozinho
E
sofredor.
Triste
viajor,
Descalçadinho,
Ave
sem ninho
E
sem amor,
Que
não maldiz
O
amargo trato
Aos
dias seus,
É
mais feliz
Por
ser mais grato
Aos
dons de Deus.
Da
Obra “Jardim Da Infância” –Espírito: João De Deus –
Médium:
Francisco Cândido Xavier
Digitado
Por: Lúcia Aydir
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