Tema
da semana
“Caracteres
da Perfeição”
11/11/2013
a 17/11/2013
Allan
Kardec
1 –
Mas eu vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei bem ao que vos tem
ódio, e orai pelos que vos perseguem e caluniam. Para serdes filhos
de vosso Pai que está nos Céus; o qual faz nascer o seu sol sobre
bons e maus, e vir chuva sobre justos e injustos. Porque se vós não
amais senão os que vos amam, que recompensas haveis de ter? Não faz
os publicanos também o mesmo? E se vós saudardes somente os vossos
irmãos, que fazeis nisso de especial? Não fazem também assim os
gentios? Sede vós logo perfeitos, como também vosso Pai celestial é
perfeito. (Mateus, V: 44 e 46-48).
2 –
Desde que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, esta
máxima: “Sede perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito”,
tomada ao pé da letra, faria supor a possibilidade de atingirmos a
perfeição absoluta. Se fosse dado à criatura ser tão perfeita
quanto o seu próprio Criador, ela o igualaria, o que é
inadmissível. Mas os homens aos quais Jesus se dirigia não teriam
compreendido essa questão. Ele se limitou, portanto, a lhes
apresentar um modelo e dizer que se esforçassem para atingi-lo.
Devemos,
pois, entender, por essas palavras, a perfeição relativa de que a
humanidade é suscetível, e que mais pode aproximá-la da Divindade.
Mas em que consiste essa perfeição? Jesus mesmo o disse: “Amai os
vossos inimigos, fazei bem aos que vos têm ódio, e orai pelos que
vos perseguem e caluniam”. Com isso, mostra que a essência da
perfeição é a caridade, na sua mais ampla acepção, porque ela
implica a prática de todas as outras virtudes.
Com
efeito, se observarmos o resultado de todos os vícios, e mesmo dos
simples defeitos, reconheceremos que não há nenhum que não altere
mais ou menos o sentimento de caridade, porque todos nascem do
egoísmo e do orgulho, que são a sua negação. Porque tudo o que
excita exageradamente o sentimento da personalidade destrói ou,
quando nada, enfraquece os princípios da verdadeira caridade, que
são: a benevolência, a indulgência, o sacrifício e o devotamento.
O amor do próximo, estendido até o amor dos inimigos, não podendo
aliar-se com nenhum defeito contrário à caridade, é sempre, por
isso mesmo, o indício de uma superioridade moral maior ou menor. Do
que resulta que o grau de perfeição está na razão direta da
extensão do amor ao próximo. Eis por que Jesus, depois de haver
dado a seus discípulos as regras da caridade, no que ela tem de mais
sublime, lhes disse: “Sede logo perfeitos, como também vosso Pai
celestial é perfeito”.
PERFEIÇÃO
A
perfeição não é apostolado de um dia
e sim
dos milênios e cada mente traz consigo
as
marcas da própria ação de ontem e de hoje,
determinando,
por si mesma, o cárcere ou a
libertação
de amanhã.
Bezerra
de Menezes
Do livro "Dicionário da Alma"
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
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