Tema da semana
“Aceitar as pessoas”
De 16/12/2013 a 22/12/2013
Joanna de Ângelis
Escasseia, cada vez mais, no
comportamento humano, a indulgência.
Relevante para o êxito da criatura em
si mesma e em relação ao próximo, o pragmatismo negativo dos interesses
imediatos vem, a pouco e pouco, desacreditando-a, deixando-a à margem.
Sem a indulgência no lar, diante das atitudes infelizes dos familiares ou em
referência aos seus equívocos, instala-se a malquerença; na oficina de atividades
comerciais, produz a desconfiança; no trato social propicia o
desconforto moral e responde pela competição destrutiva...
Tentando substituí-la, as criaturas imprevidentes colocam nos
lábios a mordacidade no trato com o semelhante, a falsa superioridade, a ofensa
frequente, a hipocrisia em arremedos de tolerância.
A indulgência para com as faltas alheias é perfeita
compreensão da própria fragilidade, a refletir-se no erro de outrem, entendendo
que todos necessitam de oportunidade para recuperar-se, e facultando-a sem
assumir rígido comportamento de censor ou injustificável postura de benfeitor.
A indulgência é um sentimento de humanidade que vige em todas as pessoas, aguardando desdobramento e vitalidade que somente o esforço de
cada qual logra realizar.
É calma e natural,
fraterna e gentil, brotando como linfa cristalina ao alcance do sedento.
Generosa, não guarda
qualquer ressentimento, olvidando as ofensas a benefício do próprio agressor.
A indulgência é um ato de amor que
se expande e de caridade que se realiza.
Mede-se a conquista moral de
um homem pelo grau de indulgência que possui em relação aos limites e erros
alheios.
Ninguém que jornadeie, no mundo,
sem errar e que, por sua vez, não necessite da indulgência daqueles a quem magoa ou contra os quais se
levanta.
A indulgência pacifica o infrator, auxiliando-o a crescer
em espírito e abre áreas de simpatia naquele
que a proporciona.
Virtude do sentimento, a indulgência revela sabedoria da razão Agredido
pela ignorância do poviléu, ou pela astúcia farisaica, ou
pela covardia dos amigos, ou pela pusilanimidade de Pilatos, Jesus foi
indulgente para com todos, não obstante jamais houvesse recebido ou
necessitasse da indulgência de quem quer que fosse.
Lecionando o amor, toda a Sua vida é um hino à indulgência e uma oportunidade de redenção ao
equivocado.
Sê, pois, tu também,
indulgente em relação ao teu próximo, quão necessitado te encontras
da indulgência dos outros assim como da Vida
“Aceitemos quantos convivam conosco, tais quais são,
reconhecendo que para manter a bênção do amor,
entre nós, não nos compete exigir a sublimação alheia
e sim trabalhar incessantemente e
quanto nos seja possível pela própria sublimação.”
“Livro Indulgência” Emmanuel
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