Tema da semana
“Pecado por
pensamento. Adultério”
De 10/03/2014 a 16/03/2014
Irmão X
O Pecador escutava a orientação
de um Santo, que vivia, genuflexo, à porta de templo antigo, quando, junto aos
dois, um Anjo surgiu na forma de homem, travando-se breve conversação entre
eles.
O ANJO – Amigos, Deus seja
louvado!
O SANTO – Louvado seja Deus!
O PECADOR – Louvado seja!
O ANJO (Dirigindo-se ao Santo) –
Vejo que permaneceis em oração e animo-me a solicitar-vos apoio fraternal.
O SANTO – Espero o Altíssimo em
adoração, dia e noite.
O ANJO – Em nome d’Ele, rogo o
socorro de alguém para uma criança que agoniza num lupanar.
O SANTO – Não posso abeirar-me de
lugares impuros...
O PECADOR – Sou um pobre
penitente e posso ajudar-vos, senhor.
O ANJO – Igualmente, agora,
desencarnou infortunado homicida, entre as paredes do cárcere... Quem me
emprestará mãos amigas para dar-lhe sepulcro?
O SANTO – Tenho horror aos
criminosos...
O PECADOR – Senhor, disponde de
mim.
O ANJO – Infeliz mulher
embriagou–se num bar próximo. Precisamos removê-la, antes que a morte prematura
lhe arrebate o tesouro da existência.
O SANTO – Altos princípios não me
permitem respirar no clima das prostitutas...
O PECADOR – Dai vossas ordens,
senhor!
O ANJO – Não longe daqui, triste
menina, abandonada pelo companheiro a quem se confiou, pretende afogar-se... É
imperioso lhe estenda alguém braços fortes para que se recupere,
salvando-se-lhe também o pequenino em vias de nascer.
O SANTO – Não me compete buscar
os delinqüentes senão para corrigi-los.
O PECADOR – Determinai, senhor,
como devo fazer.
O ANJO – Um irmão nosso, viciado
no furto, planeja assaltar, na presente semana, o lar de viúva indefesa...
Necessitamos do concurso de quem o dissuada de semelhante, propósito
aconselhando-o com amor.
O SANTO – Como descer ao nível de
um ladrão?
O PECADOR – Ensinai-me como devo
falar com ele.
Sem vacilar, o Anjo tomou o braço
do Pecador prestativo e ambos se afastaram, deixando o Santo em meditação,
chumbado ao solo.
Enovelaram-se anos e anos na roca
do tempo, que tudo alterara. O átrio mostrava-se diferente. O santuário perdera
o aspecto primitivo e a morte despojara o Santo de seu corpo macerado por
cilício e jejum, mas o crente imaculado aí se mantinha em Espírito, na postura
de reverência.
Certo dia, sensibilizando mais
intensamente as antenas da prece, viu que alguém descia da Altura, a
estender-lhe o coração em brando sorriso.
O Santo reconheceu-o.
Era o Pecador, nimbado de luz.
- Que fizeste para adquirir tanta
glória? – perguntou-lhe, assombrado.
O ressurgido, afagando-lhe a
cabeça, afirmou simplesmente:
- Caminhei.
Contos Destas e Doutra Vida – Chico Xavier /
Irmão X
[...] Entendamos a palavra pecado de
forma ampla e mais completa, como sendo todo e qualquer desrespeito à ordem,
atentado à vida e desequilíbrio moral íntimo. [...]
Referência:FRANCO, Divaldo P.
Loucura e obsessão. Pelo Espírito Manoel P. de Miranda. 9a ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2003. - cap. 10
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