Tema
da semana
“Vingança”
De
31/03/2014 a 06/04/2014
Joanna
de Ângelis
Na
trajetória humana em favor do desenvolvimento moral e intelectual, o
Espírito, não poucas vezes, defronta armadilhas bem urdidas, nas
quais tomba, de maneira irreversível, comprometendo-se por largo
período...
Constituem
testes à resistência moral de todo jornadeiro que se aprimora
através das experiências da evolução.
Ninguém,
que desempenhe funções ou papéis relevantes, que não seja
surpreendido por esses mecanismos perigosos que lhe põem à prova a
capacidade mental e as resistências morais.
Sutis,
algumas vezes, apresentam-se como dourados atrativos que seduzem e
terminam por envilecer o caráter de quem lhes aquiesce ao convite.
Noutras
ocasiões, surgem de inopino, ameaçadoras e voluptuosas,
surpreendendo e obrigando as vítimas a capitular, inermes,
interrompendo o ritmo do ideal, da conduta, do trabalho a que se
afervoram.
Algumas
anunciam favores e glórias fascinantes que atingem a sensibilidade
emocional, levando a paixões de afetividade doentia...
Inúmeras
outras assumem o odioso aspecto da animosidade e da perseguição
inclemente e gratuita, que termina por desestruturar aquele que lhe
padece o cerco.
Normalmente,
fazem-se insinuantes e agradáveis, sem aparente malícia nem mácula,
culminando pelo envolvimento daquele que se permite fascinar pelo
engodo de que se revestem.
Semelhante
ao que ocorre com os insetos colhidos nas malhas brilhantes da teia
de aranha que os espreita, a fim de devorá-los depois, logra êxito
em razão dos fios viscosos e de aparência inocente que retêm as
presas incautas, impossibilitadas de qualquer forma de libertação.
Existem
s ciladas licenciosas, vulgares, insensatas, em que muitos corações
gentis e dóceis se enleiam, comprazendo-se, irresponsavelmente, no
comportamento divertido que se torna chulo e perturbador.
Diversas
outras são refinadas e trabalham a presunção do indivíduo
invigilante, afastando-o do convívio social saudável que parece
asfixiá-lo, isolando-o na alienação da falsa autossuficiência...
As
ciladas constituem recursos perturbadores durante a experiência
humana que têm a finalidade de proporcionar a aquisição de
resistências espirituais e de valores pessoais ao indivíduo,
mediante os quais o Espírito se enriquece de sabedoria.
Todos
os seres humanos, de uma ou de outra maneira, experimentam-nas
durante a vilegiatura terrestre.
*
Há,
porém, outro gênero de ciladas perversas que merecem atenção
redobrada. Trata-se daquelas que são programadas no mundo espiritual
inferior, nas quais se comprazem os Espíritos invejosos, atrasados,
primários e os malvados que se transformam em obsessores,
verdadeiros verdugos das demais criaturas humanas, individualmente,
assim como da sociedade terrestre como um todo...
Odiando
o progresso moral, do qual se alijaram por vontade própria, elegendo
o sofrimento decorrente da ignorância em relação à Verdade como
diretriz de segurança pessoal, esses Espíritos infelizes
transformam-se em inimigos do Bem, que pensam impedir de
expressar-se, assim como da felicidade do próximo que invejam.
Quando
alguém se alça acima da craveira comum e chama a atenção pelos
valores éticos, culturais, políticos, religiosos ou de qualquer
outra natureza, investem, furibundos, contra, gerando situações
embaraçosas, complicando-lhes os relacionamentos e comprazendo-se em
afligi-los...
São
hábeis nas técnicas de inspiração doentia, trabalhando as
reflexões mentais daqueles a quem antipatizam com vibrações
perniciosas e extravagantes que desajustam as suas vítimas.
Noutras
ocasiões, trata-de de inimigos de existências passadas, que mantêm
ressentimento em forma de rancor e desejo incontrolável de vingança
na sua morbidez dominadora.
Insinuam
ideias de enfermidades simulacros, transmitem sensações doentias,
envolvem em ondas mentais depressivas, suspeitosas ou de violência,
em contínuas tentativas de alienar aqueles que lhes caem nas ciladas
mentais.
Ociosos
e insensíveis à compaixão ou à fraternidade, persistem com
virulência nos seus propósitos infelizes, tornando-se inflexíveis
na razão direta em que encontram resistência naqueles que pretendem
azorragar.
Atiram
pessoas irresponsáveis e igualmente ignorantes contra quem se
esforça por superar as inclinações inferiores, tornando-se
patrulheiros inconsequentes dos seus atos, em razão de não
desejarem sintonia com as suas mazelas.
Estimulam
a sensualidade e provocam paixões tórridas de consequências
desastrosas, desrespeitam os sagrados vínculos do matrimônio, da
fidelidade, da consideração que todos se devem reciprocamente.
Acompanham
aqueles que estão sob a sua alça de mira na condição de vigias
impiedosos, sempre aguardando qualquer brecha mental, emocional ou
moral, a fim de iniciarem as vinculações obsessivas, mediante as
quais pensam em destruí-los.
No
que diz respeito aos trabalhadores do Evangelho de Jesus através da
revelação espírita, iracundos e violentos tudo investem, na sua
sanha alucinada, para impedir-lhes o cumprimento dos nobres deveres
abraçados.
Certamente,
ninguém se encontra sem a proteção do Senhor da Vinha através dos
Seus emissários e dos Seus próprios benfeitores que Lhe executam a
vontade.
Nada
obstante, as ciladas que padecem os trabalhadores do Bem, fazem parte
do esquema para a aprendizagem superior a respeito da realidade
imortalista na qual todos nos encontramos mergulhados.
Essas
experiências também ensinam como se deve comportar o obreiro de
Jesus diante dos famigerados enfermos da alma, que se demoram na
erraticidade necessitados de compaixão e de socorro.
Constituem
treinamento para o futuro, quando convocado às tarefas de
misericórdia em regiões dolorosas onde os mesmos se homiziam.
*
Nunca
desanimes, quando te sentires assediado por esses vândalos do mundo
espiritual inferior.
Quanto
mais responsabilidades tenhas, maior será o cerco em volta dos teus
passos.
Porque
és fiel ao objetivo que persegues, mais violentas serão as técnicas
usadas nas ciladas que preparam.
Dulcifica-te
e não reajas ao mal.
Age
com bondade e sê fiel em qualquer circunstância do ideal ao qual te
afervoras.
Nunca
revides, mesmo quando agredido, desperdiçando valiosa quota de
energia com o que realmente não tem significado real, exceto aquele
que lhe atribuis.
Ora
e confia, alegrando-te quando sob chuva de calhaus e sorrindo quando
jornadeando sobre cardos, deixando pegadas de dor e de júbilo pelo
caminho, a fim de que demonstres que segues Aquele que, aparentemente
morreu vencido em uma cruz de vergonha, e que, após essa máxima
cilada dos maus, retornou Triunfante conforme prometera.
Fonte:
“Reflexões
espíritas”.
---
ÓDIO
A
guerra, com a sua corte de aflições e angústias,
não
cede ainda um centímetro de terreno ao edifício
da
paz verdadeira, porquanto o ódio e a crueldade
permanecem
instalados no coração humano.
Bezerra
de Menezes
Do
livro “Dicionário da alma”.
Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
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