quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Diante da morte

Tema da semana
Deixai aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos
De 15/12/2014 a 21/12/2014

Joanna de Ângelis


o se consumiram, com a dissolução dos tecidos, aqueles que consideras mortos. Transitaram da circunstância carnal para o estado básico de Espíritos que são, donde oportunamente vieram à Terra, a fim de se revestirem com a tecedura material. Ora despo- jados dos implementos físicos, retornam à condição primeira, carregando, nos sutis e complexos mecanismos da vida que os mantém íntegros, as realizações e os gravames, asões positivas ou infelizes que se permitiram, enquanto se utilizaram do vaso fisiológico, na Terra. Mergulharam no acervo somático conduzindo propósitos superiores, quais alunos ingressando em abençoada Escola, com vistas ao futuro promissor. Despediram-se do currículo, guindados à posição que preferiram, fruindo a escolaridade conforme o aproveitamento que se permitiram.

Desapareceram da vida objetiva, sem dúvida, mas vivem em outra dimeno vibratória e examinam através de outras percepções a oportunidade que tiveram e os valores de que se fazem detentores inalienáveis. Os desatentos que se deixaram colher na distração lamentaram dolorosamente o tesouro do ensejo perdido. Os insidiosos e céticos, chamados ao retorno que esperavam demorasse, sofrem amargas decepções, face à realidade da vida que prossegue...

Os maus expiam enquanto despertam com a mente, tornada fornalha de remorsos, graças à nova situação que desconsideravam... Os resignados e bons, chamados ao convívio imortalista, exultam e se preocupam com os que se enleiam na ilusão ou se anestesiam na busca do nada em que se infelicitam. o desesperes, se a saudade te martiriza, ante a ausência deles. Estão ausentes só em corpo físico. Pensando neles, envolve-os na prece lucilante e befica. Estejam como estejam, receberão os teus pensamentos e deles retirarão o precioso conteúdo que os reconfortará valiosamente.

Assim, recorda-os com ternura e amor, desejando ser-lhes útil. Conjecturando em torno das suas vidas, traze à tela mental o que fizeram de bom, as suas horas ditosas, as evocações dos momentos felizes, que captarão de forma salutar. Desse modo, ligarse-ão a ti pelos preciosos liames do pensamento, mantendo intercâmbio sutil contigo, dialogando, ajudando-te caso o possam, poenquanto,  fazê-ldiretamentpeloprocessomediúnicos mais positivos... Isto posto, pensa em ti próprio.

Cada instante da experiência física mais te aproxima da realidade espiritual. Reflexiona como te encontras, o que já fizeste, o que possuis para conduzir, porquanto também desencarnarás, apesar da saúde que ora desfrutas ou da situação em que laboras otimista. Diante dos que partiram na direção da Morte, assume o compromisso de preparar-te para o reencontro com eles na Vida abundante e o adies realizações superiores, que te serão valiosas. Sabendo-os vivos, enxuga o pranto que a dor pungente da grande transição propicia, considerando que, além da sepultura aparentemente misteriosa, a vida estua e, depois do umbral de cinza e pó em que o corpo se converte, brilha a madrugada da Imortalidade que nos domina e felicita.

Psicografia de Divaldo Franco do livro “Celeiro de Bênçãos”

Cornélio Pires
A MORTE DE NHÁ MINA

Nhá Mina morre aos poucos, num palheiro!...
Lembra a orquestra do Mestre Carmelinho...
Quando moça, rasgava o cavaquinho
Nas noites de alegria no terreiro.

Sozinha lembra... A flauta de Antoninho,
A sanfona de Juca Funileiro,
Depois... o mundaréu triste e inzoneiro,
Os maus-tratos e as mágoas do caminho...

Larga o corpo... Ouve acordes na janela,
A orquestra antiga toca junto dela,
Juca, Antoninho, Rita, Zico Prata...

A lua brilha... A noite é uma beleza!...
Nhá Mina sai... Parece uma princesa
Que vai casar no céu com serenata.

Livro “O Espírito de Cornélio Pires”
Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.


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