Tema da semana
Não acrediteis em todos os Espíritos
de 01/12/2014 a 07/12/2014
Allan
Kardec
6. Meus
bem-amados, não creais em qualquer Espírito; experimentai se os Espíritos são
de
Deus,
porquanto muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. (S. JOÃO, Epístola
1ª, 4:1.)
7.Os
fenômenos espíritas, longe de abonarem os falsos Cristos e os falsos profetas,
como a algumas pessoas apraz dizer, golpe mortal desferem neles. Não peçais ao
Espiritismo prodígios, nem milagres, porquanto ele formalmente declara que os
não opera. Do mesmo modo que a Física, a Química, a Astronomia, a Geologia
revelaram as leis do mundo material, ele revela outras leis desconhecidas, as que
regem as relações do mundo corpóreo com o mundo
espiritual,
leis que, tanto quanto aquelas outras da Ciência, são leis da Natureza.
Facultando a explicação de certa ordem de fenômenos incompreendidos até o
presente, ele destrói o que ainda restava do domínio do maravilhoso.
Quem,
portanto, se sentisse tentado a lhe explorar em proveito próprio os fenômenos,
fazendo-se passar por messias de Deus, não conseguiria abusar por muito tempo
da credulidade alheia e seria logo desmascarado. Aliás, como já se tem dito,
tais fenômenos, por si sós, nada provam: a
missão se
prova por efeitos morais, o que não é dado a qualquer um produzir. Esse um dos
resultados do desenvolvimento da ciência espírita; pesquisando a causa de
certos fenômenos, de sobre muitos mistérios levanta ela o véu. Só os que
preferem a obscuridade à luz, têm interesse em combatê-la; mas, a verdade é
como o Sol: dissipa os mais densos nevoeiros.
O
Espiritismo revela outra categoria bem mais perigosa de falsos Cristos e de
falsos profetas, que se encontram, não entre os homens, mas entre os desencarnados:
a dos Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudo-sábios, que
passaram da Terra para a erraticidade e tomam nomes venerados para, sob a
máscara de que se cobrem, facilitarem a aceitação das mais singulares e
absurdas idéias. Antes que se conhecessem as relações mediúnicas, eles atuavam
de maneira menos ostensiva, pela inspiração, pela mediunidade inconsciente,
audiente ou falante.
É
considerável o número dos que, em diversas épocas, mas, sobretudo, nestes
últimos tempos, se hão apresentado como alguns dos antigos profetas, como o
Cristo, como Maria, sua mãe, e até como Deus. S. João adverte contra eles os
homens, dizendo: “Meus bem-amados, não acrediteis em todo Espírito; mas,
experimentai se os Espíritos são de Deus, porquanto muitos falsos profetas se
têm levantado no mundo.” O Espiritismo nos faculta os meios de experimentá-los,
apontando os caracteres pelos quais se reconhecem os bons Espíritos, caracteres
sempre morais, nunca materiais
É à maneira
de se distinguirem dos maus os bons Espíritos que, principalmente, podem
aplicar-se estas palavras de Jesus: “Pelo fruto é que se reconhece a qualidade
da árvore; uma árvore boa não pode produzir maus frutos, e uma árvore má não os
pode produzir bons.” Julgam-se os Espíritos pela qualidade de suas obras, como
uma árvore pela qualidade dos seus frutos.
O Evangelho Segundo O Espiritismo
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