quinta-feira, 17 de setembro de 2015

DESQUITE E DIVÓRCIO

Tema da semana
“Indissolubilidade do casamento: Divórcio”
De 14/09/2015 a 20/09/2015

Joanna de Ângelis


Na sua generalidade o matrimônio é laboratório de reajustamentos emocionais e oficina de reparação moral, através dos quais, espíritos comprometidos se unem para elevados cometimentos no ministério familial.

Sem dúvida, reencontros de espíritos afins produzem vida conjugal equilibrada, em clima de contínua ventura, através da qual missionários do saber e da bondade estabelecem a união, objetivando nobres desideratos, em que empenham todas as forças.

Outras vezes, programando a elaboração de uma tarefa relevante para o futuro deles mesmos, se penhoram numa união conjugal que lhes enseje reparação junto aos desafetos e às vítimas indefesas do passado, para necessidade de socorrer e elevar compreendem ser inadiável.

Fundamental, entretanto, em tais conjunturas, a vitória dos cônjuges sobre o egoísmo, granjeando recursos que os credenciem a passos mais largos, na esfera das experiências em comum.

Normalmente, porém, através do consórcio matrimonial, exercitam-se melhor as virtudes morais que devem ser trabalhadas a benefício do lar e da compreensão de ambos os comprometidos na empresa redentora. Nessas circunstâncias a prole, quase sempre vinculada por desajustes pretéritos, é igualmente convocada ao buril da lapidação, na oficina doméstica, de cujos resultados surgem compromissos vários em relação ao futuro individual de cada membro do clã, como do grupo em si mesmo.

Atraídos por necessidades redentoras, mas despreparados para elas, os membros do programa afetivo, não poucas vezes, descobrem, de imediato, a impossibilidade de continuarem juntos.

De certo modo, a precipitação resultante do imediatismo materialista que turba o discernimento, quase sempre pelo desequilíbrio no comportamento sexual, é responsável pelas alianças de sofrimento, cuja harmonia difícil, quase sempre culmina em ódios ominosos ou tragédias lamentáveis.

Indispensável, no matrimônio, não se confundir paixão com amor, interesse sexual com afeição legítima.

Causa preponderante nos desajustes conjugais o egoísmo, que se concede valores e méritos superlativos em detrimento do parceiro a quem se está vinculado.

Mais fascinados pelas sensações brutalizantes do que pelas emoções enobrecidas, fogem os nubentes desavisados um do outro a princípio pela imaginação e depois pela atitude, abandonando a tolerância e a compreensão, de pronto iniciando o comércio da animosidade ou dando corpo às frustrações, que degeneram em atritos graves e enfermidades perturbadoras.

Comprometessem-se, realmente, a ajudar-se com lealdade, estruturassem-se nos elementos das lições evangélicas, compreendessem e aceitassem como legítimas a transitoriedade do corpo e o valor da experiência provacional, e se evitariam incontáveis dramas, inumeráveis desastres do lar, que ora desarticulam as famílias e infelicitam a sociedade.

O casamento é contrato de deveres recíprocos, em que se devem empenhar os contratantes a fim de lograrem o êxito do cometimento.

A sociedade materialista, embora disfarçada de religiosa, facilita o rompimento dos liames que legalizam o desposório por questões de somenos importância, facultando à grande maioria dos comprometidos perseguirem sensações novas, com que desbordam pela via de alucinações decorrentes de sutis como vigorosas obsessões resultantes do comportamento passado e do desassisamento do presente.

O divórcio como o desquite são, em consequência, soluções legais para o que moralmente já se encontra separado.

Evidente, que tal solução é sempre meritória, por evitar atitudes mais infelizes que culminam em agravamento de conduta para os implicados na trama dos reajustamentos de que não se evadirão.

Volverão a encontrar-se, sem dúvida, quiçá em posição menos afortunada, oportunamente.

Imprescindível que, antes da atitude definitiva para o desquite ou o divórcio, tudo se envide em prol da reconciliação, ainda mais considerando quanto os filhos merecem que os pais se imponham uma união respeitável, de cujo esforço muito dependerá a felicidade deles.

Períodos difíceis ocorrem em todo e qualquer empreendimento humano.

Na dissolução dos vínculos matrimoniais, o que padeça a prole será considerado como responsabilidade dos genitores, que se somassem esforços poderiam ter contribuído com proficiência, através da renúncia pessoal, para a dita dos filhos.

*

Se te encontras na difícil conjuntura de uma decisão que implique em problema para os teus filhos, para e medita. Necessitam de ti, mas também do outro membro-base da família.

Não te precipites, através de soluções que às vezes complicam as situações.

Dá tempo a que a outra parte desperte, concedendo-lhe ensancha para o reajustamento.

De tua parte permanece no posto.

Não sejas tu quem tome a decisão.

A humildade e a perseverança no dever conseguem modificar comportamentos, reacendendo a chama do entendimento e do amor, momentaneamente apagada.

Não te apegues ao outro, porém, até a consumação da desgraça.

Se alguém não mais deseja, espontaneamente, seguir contigo, não te transformes em algema ou prisão.

Cada ser ruma pela rota que melhor lhe apraz e vive conforme lhe convém. Estará, porém, onde quer que vá, sob o clima que merece.

Tem paciência e confia em Deus.

Quando se modifica uma circunstância ou muda uma situação, não infiras disso que a vida, a felicidade, se acabaram.

Prossegue animado de que, aquilo que hoje não tens, será fortuna amanhã em tua vida.

Se estiveres a sós e não dispuseres de forças, concede-te outra oportunidade, que enobrecerás pelo amor e pela dedicação.

Se te encontrares ao lado de um cônjuge difícil ama-o, assim mesmo, sem deserção, fazendo dele a alma amiga com quem estás incurso pelo pretérito, para a construção de um porvir ditoso que a ambos dará a paz, facultando, desse modo, a outros espíritos que se revincularão pela carne, a ocasião excelente para a redenção.

Psicografia de Divaldo Franco do livro “Após a Tempestade”

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Compadece-te dos fracos

Tema da semana
“Deixai vir a mim as criancinhas”
de 07/09/2015 a 13/09/2015


Joanna de Ângelis

Compadece-te dos fracos.

Dá-lhes mão amiga em qualquer situação.

Além da fragilidade orgânica, são tímidos e dependentes, reconhecendo a deficiência de energias.

Ajuda-os com um sorriso afável de companheirismo, com uma promessa de silencioso apoio, mediante um gesto que lhes dê segurança.

Coloca-te no lugar deles, e faze, em seu favor, o que gostarias de receber, estando na sua situação.


Psicografia de Divaldo Franco do livro “Vida Feliz”

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Convite à Oração

Tema da semana
“Preces pagas”
de 31/08/2015 a 06/09/2015


Joanna de Ângelis

“Senhor, ensina-nos a orar.” (Lucas: capítulo 11º, versículo 1.)

Nenhum motivo, por mais ponderável, conforme suponhas, pode constituir impedimento.

Razões expressivas não há que se transformem em empeço. Atribulações que te assoberbem não significarão óbice ao ministério renovador.

Todas as coisas sob a sua claridade mudam de aspecto e as características antes deprimentes, sombrias, sofrem significativas transformações, ressurgindo com tonalidades mui diversas.

Ante a dúvida ou a ulceração moral, constitui-se segurança e bálsamo refazente.

Mister, porém, fazer uma pausa no turbilhão, permitindo que o carro do desespero continue correndo, sem brida para encontrar o local de realizá-la.

Exige, como todas as coisas, condições adequadas para culminar o objetivo superior de que se encarrega.

É possível improvisá-la qual se fora um atendimento de urgência, em situação de combate.

Terapêutica preciosa, porém, solicita maior dosagem de cuidados para colimar resultados mais poderosos.

Esse antídoto, a qualquer mal, é a oração, a pausa refazente em que o espírito aturdido salta as barreiras impeditivas colocadas pelas turbações de toda ordem, a fim de alcançar as usinas inspirativas do Mundo Excelso.

Arrimo dos fracos, amparo dos combalidos, sustento dos sofredores, dínamo dos heróis, vitalidade dos santos, perseverança dos sábios, coragem dos mártires, a oração é o interfone por meio do qual o homem fala aos Ouvidos Divinos e por cujos fios recebe as sublimes respostas.

Faze um intervalo nas lutas quanto te permitam as possibilidades e convida-te à oração, a fim de poderes prosseguir intimorato pelo caminho da redenção. Lobrigarás, então, melhor entendimento sobre coisas, fatos e pessoas.


Psicografia de Divaldo Franco do livro “Convites da Vida”

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A presença do Amor

 Joanna de Ângelis


O amor — alma da vida — é o hálito divino a espraiar-se em toda parte, manifestando a Paternidade de Deus.

Onde quer que se expresse, imanta quantos se lhe acercam, modificando a estrutura e a realidade para melhor.

No amor se encontram todas as motivações para o progresso, emulando ao avanço, na libertação dos atavismos que, por enquanto, predominam em a natureza humana.

Por não se identificar com o amor na sua realização incessante, a criatura posterga a conquista dos valores que a alçam à paz e a engrandecem.

Sem o amor se entorpecem os sentimentos, e a marcha da sensação para a emoção torna-se lenta e difícil.

Em qualquer circunstância o amor é sempre o grande divisor de águas.

Vivendo-o, Jesus modificou os conceitos então vigentes, iniciando a Era do Espírito Imortal, que melhor expressa todas as conquistas do pensamento.

Se te encontras sob a alça de mira de injunções dolorosas, sofrendo incompreensões e dificuldades nos teus mais nobres ideais, não te abatas, ama.

A noite tempestuosa e sombria não impede que as estrelas brilhem acima das nuvens borrascosas.

Se o julgamento descaridoso te perturba os planos de serviço, intentando descoroçoar-te, mediante o ridículo que te imponham, mesmo assim, ama.

O sarçal aparentemente amaldiçoado, no momento oportuno abre-se em flor.

Se defrontas a enfermidade sorrateira que intenta dominar as tuas forças, isolando-te no leito da imobilidade e reduzindo as tuas energias, renova-te na prece e ama.

O deserto de hoje foi berço generoso de vida e pode, de um momento para outro, sob carinhoso tratamento, reverdecer-se e florir.

O amor é bênção de que dispões em todos os dias da tua vida para avançares e conquistares espaços no rumo da evolução.

Não te canses de amar, sejam quais forem as circunstâncias por mais ásperas se te apresentem.

A Doutrina de Jesus, ora renascida no pensamento espírita, é um hino-ação de amor, assinalando a marcha do futuro através das luzes da razão unida à fé em consórcio de legítimo amor.


Psicografia de Divaldo Franco do livro “Viver e Amar”

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A Mágoa



 Joanna de Ângelis

À semelhança de ácido que corrói a superfície na qual se encontra, a mágoa desgasta, a pouco e pouco, as peças delicadas das engrenagens orgânicas do homem, destrambelhando-lhe os equipamentos muito delicados da organização psíquica.

A mágoa é conselheira impiedosa e artesã de males cujos efeitos são imprevisíveis.

Penetra no âmago do ser e envenena-o, impedindo-lhe o recebimento dos socorros do otimismo, da esperança e da boa vontade em relação aos fatores que o maceram.

Instalando-se, arma a sua vítima de impiedade e rancor, levando-a a atitudes desesperadas, desde que lhe satisfaça a programação vil.

Exala amargura e desconforto, expulsando as pessoas que intentam contribuir para a mudança de estado, graças às altas cargas vibratórias negativas, que exteriorizam mau humor e azedume.

*

Quem acumula mágoas, coleciona lixo mental.

Reage às tentativas de alojamento da mágoa nos teus sentimentos.

Não estás, no mundo, por acaso, antes, com finalidades adredemente estabelecidas que deves atender.

Acompanha a marcha do Sol, e enriquece-te de luz, não mergulhando na sombra dos ressentimentos destrutivos.

Sorri ante o infortúnio, agradecendo a oportunidade de superá-lo através dos valores éticos e educativos que já possuis, poupando-te à consumpção de que é portadora a mágoa.

Psicografia de Divaldo Franco do livro “Episódios Diários”

 

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A Tragédia do Ressentimento



Tema da semana
"Os tormentos voluntários"
de 10/08/2015 a 16/08/2015

Joanna de Ângelis

As pressões psicossociais, sócio-emocionais, econômicas e de outras origens desencadeiam distúrbios variados, nos quais mergulha uma larga faixa da sociedade.

Provocando medo, ansiedade e amargura, desarmonizam o sistema nervoso dos seres humanos, conduzindo a neuroses profundas que, quase sempre somatizadas, são responsáveis por enfermidades alérgicas, digestivas, do metabolismo em geral, facultando a instalação de processos degenerativos.

Os temperamentos frágeis, sob pressão, procuram realizar mecanismos de fuga, caindo em estados fóbicos e depressivos ou recorrendo à violência como forma de afirmação e defesa da personalidade.

Muitos resíduos psicológicos se lhes instalam no campo emocional e mental, dando lugar a perturbações de comportamento e a doenças diversas, que permanecem sem diagnose adequada.

Pessoas mais sensíveis, que não conseguem suportar e superar esses fenômenos das pressões constritoras, refugiam-se em ressentimentos que as infelicitam e predispõem-nas a reagir sempre, desferindo dardos venenosos contra aqueles que se lhe transformam em inimigos reais ou imaginários.

Algumas intoxicam-se de mágoas e fenecem. Outras, inconscientemente, tornam-se vítimas de insucessos afetivos, financeiros e sociais. Diversas fracassam na auto-estima, desvalorizando-se e fazendo o jogo da autodestruição.

O ressentimento é responsável por muitas das tragédias do cotidiano.

O ressentimento é tóxico que mata aquele que o carrega. Enquanto vibra na emoção, destrambelha os equipamentos nervosos mais sutis e produz disritmia, oscilação de pressão, disfunções cardíacas.

Não vale a pena deixar-se envenenar pelo ressentimento.

Nem sempre ele se manifesta com expressões definidas, camuflando-se nas fixações mentais e, às vezes, passando despercebido.

Há pessoas ressentidas que se não dão conta.

Um auto-exame enérgico auxiliar-te-á a identificá-lo nos refolhos da alma. Logo depois, prosseguindo na sua busca e análise, descobrirás as suas raízes, quando teve ele início e por que se te instalou no ser, passando a perturbar-te.

Verificarás, surpreso, que és responsável por lhe dares guarida e o vitalizares, deixando-te por ele consumir.

Os indivíduos que te foram cruéis, familiares, conhecidos, mestres, na infância e durante a vida, não tinham nem têm dimensão do que fizeram ou estão a fazer. Sequer se aperceberam dos seus desmandos e incoerências em relação a ti. A seu turno, sofreram as mesmas agressões, quando crianças, e apenas reagem conforme haviam feito outros em relação a eles.

O teu primeiro passo será compreendê-los, considerando-os sem responsabilidade nem esclarecimento, sem má intenção em relação a ti. Mediante tal recurso os compreenderás e os perdoarás posteriormente, liberando-te.

Arrancada a causa injusta do ressentimento, despertarás de imediato em paisagem sem sombras, redescobrindo a vida e desarmando-te em relação às outras pessoas, que antipatizavas ou das quais te mantinhas em guarda.

Ademais, o mal que te façam somente te perturbará se o permitires, acolhendo-o. Em caso contrário, tornará à sua origem.

Vive, pois, sem mágoas.

Depura-te. Ressentimento, nunca.

Psicografia de Divaldo Franco do livro “Momentos de Saúde”.