Tema da semana
“Ninguém pode ver o Reino de Deus
Se não nascer de novo”
De 04/05/2015 a 10/05/2015
Joanna
de Ângelis
“Com
efeito, a lembrança traria gravíssimos inconvenientes.” O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Capítulo 5º — Item 11.
Generaliza-se
entre os cultores menos avisados do Reencarnacionismo a falsa crença de que, em
vidas pretéritas, envergaram roupagens com que se destacavam em primeira plana,
no mentiroso mundo do poder e da fama.
Muitos
dizem recordar os atavios de velhas Cortes onde eram amados e requestados, e procuram
manter gestos e hábitos, que seriam remanescentes de tais existências...
Reis
e rainhas, príncipes e princesas, nobres e membros de velhas linhagens, podem, facilmente,
ser encontrados entre eles...
Comandantes
de exércitos e conquistadores de povos, artistas e gênios são apontados por espíritos
insensatos ou obsidiados como sendo eles mesmos, constrangidos ao obscurantismo
da atualidade...
Foram
informados — dizem —, tiveram revelações.
Vivem
de puerilidades, acalentando sonhos mentirosos, que lhes agradem sobremaneira.
Dão
a impressão de que aos espíritos que vestiram os trajos da opulência, nos quais
invariavelmente fracassaram, os Instrutores do Mundo Maior conferem de pronto o
renascimento...
Rara
ou excepcionalmente são encontrados antigos servos domésticos, modestos áulicos
e pagens ou palafreneiros humildes, recomeçando as experiências na carne...
Homens
e mulheres de vida obscura e ignorada não repontam entre os que cultivam tais aberrações,
como fazendo crer, que depois das amargas provações experimentadas não mais lhes
foi exigido o retorno ao carro celular.
Mui
diversa, no entanto, é a realidade.
Aqueles
que dominavam, soberanos, sob o peso de responsabilidades que não souberam ou não
quiseram honrar, chegaram todos ao Mundo Maior em lamentáveis estados conscienciais.
Amargurados
e deprimidos, calcinados pelo horror, sofreram de perto a decepção humilhante e
foram obrigados a considerar a extensão do desequilíbrio e da rebeldia a que se
entregaram, inertes.
Vítimas
desconhecidas, que o crime transformou em verdugos impenitentes, crivaram-nos de
motejos e deles escarneceram violentamente, experimentando desespero difícil de
qualificar, rogando, então, o presídio-hospitalar da carne para esquecerem, recomeçarem,
fugindo de si mesmos...
Renasceram
e renascem, ainda, em enxergas de miséria física e moral, disfarçados para escaparem
à sanha dos perseguidores.
Soberanos
vaidosos e cruéis acordam no corpo carnal estigmatizados pela micro, macro ou hidrocefalia,
recordando as velhas e pesadas coroas...
Triunfadores
e generais despertam nas trincheiras da loucura ou nas cidadelas da idiotia...
Viajantes
das altas linhagens recomeçam cobertos de pústulas, vencidos pelas diversas manifestações
de sífilis, da lepra, do câncer.
Negociantes
regalados e administradores eminentes ressurgem, após os funestos fracassos, nas
amarras da paralisia.
Artistas
e religiosos de relevo, intelectuais e estudiosos prevaricadores reaparecem consumidos
pela insânia, com desordens psíquicas irreversíveis.
Campeões
da beleza física ocultam-se em deformidades orgânicas e mentais quais esconderijos-fortaleza
onde buscam o esquecimento, torturados, quase sempre, pelo sexo, em invencível descontrole...
...
E muitos dos seus antigos escravos e servidores humílimos, profissionais e batedores,
ofereceram maternidade e braços em forma de socorro e lar para os recambiarem, trazendo-os
de novo ao palco da matéria densa.
Filhos
e filhas do povo, rogaram, apiedados deles, tomá-los na viagem evolutiva para que
pudessem reencetar a experiência espiritual.
Quando
os vires nas
ruas ou nos Frenocômios,
em Abrigos ou às expensas
da dor, sob acúleos ou cercados de novos tecidos finos, para eles sem valor, lembra-te
dos a quem esmagaram, zombaram, destruíram no passado, desfilando em carros dourados,
pisoteando com seus fogosos corcéis os que tombavam à frente aclamados e invejados,
quase sempre, porém, temidos e odiados...
Ora
por eles e apieda-te. São lições vivas, falando a Linguagem poderosa da Lei.
Reiniciam
em pranto o caminho que perderam com orgias.
Retemperam,
na forja da soledade e do abandono aparente, o espírito, para aprenderem a valorização
do tempo e da oportunidade.
Fixa,
da lição deles,
a experiência do equilíbrio
e da sensatez,
aprendendo a servir e a sofrer.
Não
te preocupes em teres estado na História...
Se
desejas informações, indaga ao presente, e o hoje responderá para onde deves seguir
e como deves seguir.
Jesus,
o Filho do Altíssimo, apagou-se numa mansarda, procurando os infelizes e sofredores,
o povaréu para elevar o homem aos Cimos Intransponíveis; e o Espiritismo, que nos
ensina elevação e liberdade, com vistas ao Excelso Reino, ao cuidar do “esquecimento
do passado” elucida que”... havendo Deus entendido de lançar um véu sobre o passado,
é que há nisso vantagem. Com efeito a lembrança traria gravíssimos inconvenientes.
Poderia, em certos casos, humilhar-nos singularmente, ou, então, exaltar-nos o orgulho
e, assim, entravar o nosso livre arbítrio. Em todas as circunstâncias, acarretaria
inevitável perturbação nas relações sociais.”
Psicografia
de Divaldo Franco do livro “Espírito e Vida”
REENCARNAÇÃO
O
princípio mesmo da reencarnação, que inicialmente havia encontrado muitos
contraditores, porque não era compreendido, é hoje aceito pela força da
evidência e porque todo homem que pensa nele reconhece a única solução possível
do maior número de problemas da filosofia moral e religiosa. Sem a reencarnação
somos detidos a cada passo, tudo é caos e confusão; com a reencarnação tudo se
esclarece, tudo se explica da maneira mais racional. [...]
Referência: KARDEC,
Allan. Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita. Org. por Evandro
Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2005. - cap. 9
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