Joanna de
Ângelis
"Todos os Espíritos tendem para a
perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as
provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas
existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova.O LIVRO
DOS ESPÍRITOS (Comentários de ALLAN KARDEC à resposta 171).
- "Vale de lágrimas"! - exclamam
corações em tormento.
- "Região de trevas e desespero"! -
propõem sofredores de diversos matizes.
- "Oásis de gozo" - afirmam os
doentes do prazer.
- "Recanto de delícias" - esclarecem
os fornicadores da loucura.
- "Colônia de alegrias ao alcance da
sagacidade" - expõem cerebrações enrijecidas no mal.
- "Punição, viver" - bradam uns.
- "Vivamos e gozemos" - proclamam
outros.
"Viver é pagar alto tributo à vida" -
gritam alguns revoltados.
"Viver é aproveitar o favor da
oportunidade" - repitam os desassisados.
A carne, como porta de renascimento, é alta
concessão da Divindade para a felicidade do espírito.
A Terra é abençoado educandário onde se formam
valores e se afirmam expressões superiores para a Vida.
Atados à conceituação deficitária da unicidade
da experiência carnal para o espírito, os discípulos de tal escola, contemplam,
estarrecidos, a dor, formulando hipóteses cruéis, nas quais mentalizam a Justiça
Divina através dos recursos mesquinhos da arbitrariedade humana...
Vinculados a um materialismo grotesco e revel,
homens e mulheres desnorteados, derivam no prazer, as apreensões que mantêm
quanto à vida além- túmulo.
Informados da pluralidade das experiências
carnais, face ao sofrimento, há quem diga que a reencarnação é justiça, severa
justiça...
Não só justiça mas misericórdia também. Alta e
valiosa misericórdia significa o trânsito na carne, a recapitulação entre novo
berço e novo túmulo.
Por natural evocação das paisagens da vida extrafísica,
todos guardamos nas telas mentais os sinais da imortalidade.
Estes relutam e asfixiam as lembranças nos
nimbos cerrados da rebeldia.
Esses reagem e apagam as evocações com a
borracha da indiferença.
Aqueles insistem na negativa e anulam as
recordações ante a teimice do prazer.
Todos, no entanto, renascem assinalados pelos
caracteres trazidos da vida espiritual onde foi cultivada a aflição ou a
ventura decorrente da jornada precedente...
Aguça os ouvidos e registrarás vozes de ontem,
falando hoje.
Educa os olhos e enxergarás companheiros que a
morte não consumiu nem aniquilou.
Aprimore a mente e decifrarás os enigmas do
momento encontrando-lhes as chaves no pretérito.
Recorda e sentirás que viveste, vives e
viverás...
Diante do arguto doutor do Sinédrio, a
serenidade e segurança de Jesus afirmaram: "É necessário nascer de
novo". E ante as interrogações e dúvidas que assomavam ao interlocutor,
Ele expôs: "O vento sopra onde quer, ouves-lhe a voz, mas não sabes donde
vem nem para onde vai. Assim é o espírito"... ensejando-nos a marcha da
evolução, o grande porvir hoje em começo, através da Justiça e da Divina
Misericórdia também.
Psicografia de Divaldo Franco do livro “Espírito
e Vida”.
Fonte: www.reflexoesespiritas.org
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